Ainda sem saber para onde ir e aguardando uma carona João Kricinski, 55 anos, estava sentado em um banco do Terminal do Aterro. O funcionário de uma empresa têxtil não foi o único que chegou ao local e foi pego de surpresa pela paralisação do transporte coletivo em Blumenau. Aproximadamente 20 pessoas, em diferentes locais do terminal, aguardavam pelo retorno do serviço durante a manhã desta segunda-feira.
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Kricinski trabalha próximo ao terminal e saiu de casa, no bairro Valparaíso, antes das 22h de domingo. Trabalhou durante toda a madrugada e estava indo para casa por volta das 6h quando se deparou com o local vazio.
– Quem paga a conta é a população. Estou sem dormir e vou ter que voltar a trabalhar às 22h. Como fica o trabalhador nestas horas? – indaga.
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Para amenizar a espera, ele aguardava o filho sair do trabalho para poder pegar uma carona. Mesmo assim iria ficar no local por quase quatro horas.
– Já passei por muita enchente e por muita greve em Blumenau. Há anos que as reinvindicações são as mesmas e ninguém faz nada para mudar – ressalta Kricinski, que há 36 anos mora na cidade.
(Foto: Rafaela Martins/Agência RBS)
Muitas pessoas tiveram o mesmo problema que Kricinski. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol), Ari Germer, a paralisação começou às 4h de segunda-feira em todos os terminais e não tem prazo para acabar. No total 1,3 mil trabalhadores estão de braços cruzados em Blumenau:
– Estamos tentando um acordo com o Seterb, mas as últimas agressões da semana passada foram a gota d’água para nós. Estamos protestando para evitar que uma tragédia ocorra nos terminais ou até mesmo dentro de um ônibus. Precisamos de segurança.
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