O presidente executivo do Grupo Anima, Daniel Castanho, fala, em entrevista exclusiva ao “A Notícia“, sobre os planos para o futuro da UniSociesc, que de acordo com anúncio feio na última sexta-feira, foi comprada parcialmente em uma operação de R$ 150 milhões, após reunião em Joinville.
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O grupo mineiro tem planos ambiciosos para expandir os negócios da UniSociesc com abertura de outras unidades em municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
O objetivo do grupo é transformar a instituição de ensino joinvilense na mais importante marca do segmento na região Sul do Brasil.
A empresa é listada no Novo Mercado da BM&FBovespa e foi premiada entre as cem melhores empresas para se trabalhar, eleitas pela consultoria GPTW e pela revista Época, em 2013 e em 2014..
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Por que a decisão de comprar a UniSociesc?
Daniel Castanho – A Anima é resultado de diversidade de histórias. Desde o começo, sempre buscamos a excelência no que fazemos. Então, quando colocamos os objetivos de ampliar atividades para a região Sul, procuramos uma instituição similar. Nosso grupo é um mosaico orientado para uma educação de qualidade. A UniSociesc tem um posicionamento próximo. Já admirávamos a Sociesc há muito tempo, desde quando era Escola Técnica Tupy.
Como foram as conversas?
Castanho – A primeira conversa ocorreu em 2012. Os diretores da Sociesc vieram a Belo Horizonte, nós fomos aí em Joinville. O diálogo foi uma aproximação, possível parceria. Assim: deixa a gente aprender como vocês fazem a operação dos cursos de engenharia. Foi uma troca sobre melhores práticas. Neste ano de 2015, retomamos a negociação. Duraram só dois meses. Foi muito rápido. O namoro foi longo – três anos – e , agora, a decisão foi facilitada porque já nos conhecíamos muito bem.
Olharam para a forma de gestão?
Castanho – A Escola Técnica Tupy, depois Sociesc, sempre teve governança corporativa muito boa. O mesmo acontece conosco. A Anima é a melhor instituição de ensino superior de Minas Gerais segundo estudos abalizados. Nossa intenção é reforçar a excelência. A UniSociesc é uma marca forte, com um time de gestores muito bom.
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Há uma dívida de R$ 140 milhões com a Receita Federal em discussão na Justiça, em Brasília, referente ao não recolhimento de impostos em razão de se considerar instituição filantrópica. Consultoria contratada pela UniSociesc indicou que havia 50% de chance de ganhar e outros 50% de perder na última instância.
Castanho – A Anima não reconhece a dívida. Sabemos que há o passivo. A ação judicial tem seu risco, mas a autuação foi incorreta, no nosso modo de ver.
Há estudos para ampliar presença do grupo para outras cidades?
Castanho – Fizemos, em 2013, um mapeamento de 42 cidades brasileiras com potencial para a entrada da Anima, de acordo com nosso planejamento para termos crescimento em espiral. Olhamos para cidades que estão em expansão. Verificamos crescimento da população e onde se necessita de uma educação de maior qualidade.
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Pode entrar na área da saúde?
Castanho – Nós podemos crescer. Podemos ampliar a atuação para outras áreas de educação, sim. A UniSociesc tem um plano diretor estabelecido. Vamos, juntos, ver o que podemos fazer para dar mais amplitude e alcance. Entrar com cursos da área de saúde está na pauta das discussões. Antes, é hora de reforçar as qualidades identificadas.
A Anima vai abrir novas unidades em Santa Catarina?
Castanho – A marca UniSociesc já é uma marca grande do Sul do País. Há a possibilidade de ser a grande marca do Sul. Nosso modelo de trabalho é de termos um crescimento sólido, consistente. A ideia, é, sim, depois, chegar a municípios de Santa Catarina nos quais ainda não está. E, também, também, para o Paraná e o Rio Grande do Sul.