O sonho do governador Raimundo Colombo (PSD) de reunir em um mesmo palanque os históricos adversários PMDB e PP é realidade em 21,6% dos municípios catarinenses. Nas últimas eleições municipais, peemedebistas e pepistas estiveram juntos em coligações em 64 das 295 cidades do Estado.
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A rejeição das bases do partido, especialmente no interior do Estado, é a principal justificativa dada pela cúpula do PMDB estadual, especialmente o senador Luiz Henrique da Silveira e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, para rejeitarem a composição. Curiosamente, o número de vezes em que os dois partidos estiveram juntos supera o de confrontos diretos.
Em 2012, 51 cidades viveram a tradicional rivalidade entre PMDB e PP – que remonta às velhas disputas entre os partidos que sucederam MDB e Arena no regime militar e que se enfrentaram diretamente pelo governo do Estado em seis das oito eleições realizadas desde a redemocratização.
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Os números que resultam da união e dos confrontos entre peemedebistas e pepistas ajudam a explicar o desejo de Colombo de ter ambos em seu palanque para a reeleição. Juntos, PP e PMDB deram a vitória a 42 das 64 coligações que integraram.
Os peemedebistas foram os maiores beneficiados pelas insólitas uniões, elegendo 21 prefeitos. Os pepistas foram cabeça-de-chapa em 12 dessas vitórias. O terceiro maior beneficiado nessas uniões foi justamente o PSD de Colombo, elegendo quatro prefeitos em aliança com as duas siglas.
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As coligações de peemedebistas e pepistas são mais frequentes em municípios mais populosos. Entre as 20 maiores cidades do Estado, chapas com os dois partidos levaram a melhor em oito – Itajaí e Chapecó são os principais exemplos. A união dos rivais fracassou em Tubarão e Concórdia. Apenas em duas das 20 maiores cidades PMDB e PP se enfrentaram diretamente: Criciúma (vitória pepista) e São Bento do Sul (peemedebista).
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A análise dos números também mostra porque o governador tem dificuldades em rejeitar a adesão dos pepistas à coligação governista. Na maior parte das cidades catarinenses, o PP representa para o PSD um aliado mais frequente e com quem obtém melhores resultados.
A dupla que tem em comum a origem na antiga Arena/PDS esteve aliada em 165 municípios em 2012. Foram 87 vitórias, das quais 36 resultaram em prefeitos eleitos do PSD e em 22 do PP. A aliança dos pessedistas com o PMDB foi montada em 97 cidades e levou a 57 vitórias. Mas, entre os eleitos, apenas nove eram do PSD – contra 34 peemedebistas. Os números mostram que até mesmo coligações com o PSDB e o PT levaram o PSD mais vezes à vitória.