A boa estreia no Brasileirão não tira o foco de Dorival Júnior. O treinador colorado sabe que o time precisa evoluir dentro e fora de campo para se manter na ponta e, assim, beliscar o título que não ganha há 33 anos – desde 1979. Dentro, é preciso aprimorar as atuações tanto técnica quanto taticamente, o que é natural em qualquer equipe. Fora, o assunto é contratações.

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CRÔNICA: Com gols de Dagoberto e Damião, Inter vence o Coritiba por 2 a 0 no Beira-Rio

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Com as nove datas Fifa da temporada, Damião e Oscar são ausências certas em algumas rodadas do campeonato. Guiñazu, por sua vez, foi convocado para a seleção argentina e também irá desfalcar o Inter em pelo menos dois jogos já no início de junho.

– Uma equipe ganha jogos, um elenco ganha campeonato. Teremos nove datas Fifa, lesões… Obrigatoriamente, teremos que ter um elenco se quisermos pensar em título. Temos que melhorar e incrementar peças em um elenco que já é bom, mas que vai ter perdas. Hoje em dia, as dificuldades para contratar são muito grandes. Todos os clubes vivem essa mesma condição. Com o Inter, não é diferente. – declarou, em entrevista ao programa Arena Sportv, do canal por assinatura SporTV, no início da tarde desta segunda-feira.

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Questionado se devido às dificuldades para contratar o Inter poderia promover garotos da base, Dorival advertiu que os jogadores do sub-23 e sub-20 podem não estar totalmente prontos, apesar de argumentar que costuma dar preferência à base – fato que não teria ocorrido no Rio Grande do Sul porque o time gaúcho já contava com uma série de jogadores experientes e já muito bem entrosados.

– Preferencio os garotos da base. O Inter foi a primeira equipe em que eu já tinha um elenco montado. É preciso respeitar a sequência vitoriosa que a equipe vinha tendo. Se alguém surgir, vamos aproveitar. Talvez ainda não tenhamos jogadores totalmente prontos, mas garotos promissores. Este ano, o Inter contratou dois jogadores e um terceiro que foi o Jajá, diferente da maioria dos grandes clubes que já trouxeram oito a dez jogadores. Mesmo assim, acho que o Inter ainda precisa de mais dois ou três elementos – reiterou.

O posicionamento de Dagoberto

O atacante Dagoberto foi um dos destaques da vitória do Inter por 2 a 0 sobre o Coritiba, neste domingo, no Beira-Rio. Mas Dorival foi enfático ao afirmar que não alterou o posicionamento do atacante em comparação a outras partidas.

– A única coisa que pedi a ele, e ao Oscar, era que jogasse de frente, que procurasse estar sempre com posse de bola, chegando de trás para frente. O próprio gol do Dagoberto é assim. Ele vem buscar a bola e faz a tabela com jogadores que estão mais adiantados. Em momento algum entramos com o Dagoberto fora de posição ou buscando uma nova função.

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Em seguida, disse que espera que os jogadores – principalmente os meias – fiquem à vontade para se movimentar e criar.

– Ele (Dagoberto) sempre procurou seu melhor posicionamento. Sempre jogamos com Oscar, D’Alessandro, Dagoberto em um estilo muito mais ofensivo do que defensivo. Não cobro postura diferenciada em momento algum. Ao contrário. Quero que fiquem à vontade para criar. Assim, é possível segurar os laterais e volantes para que os meias estejam mais próximos.

Os pontos corridos

Vice-campeão em 2005, 2006 e 2009, o Inter busca com força o Brasileirão deste ano. Dorival garante: o clube conhece o processo. E considera sua equipe como um forte concorrente ao título caso mantenha regularidade.

– O Inter vem se preparando há algum tempo para uma conquista desse tipo. Nos últimos 10, 12 anos, ganha um título por ano, sempre títulos importantes. É uma equipe que já chegou bem perto. Conhece o processo. Precisamos de composição total do nosso elenco e da recuperação de elementos que ficaram fora por período longo. Se tudo isso ocorrer de maneira regular, não tenho dúvidas de que o Inter será um forte concorrente – declarou.

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Enalteceu, na sequência, a importância do comprometimento de todos na tríade time, direção e torcida.

– Tudo vai acontecer com merecimento, desde que trabalhemos com a diretoria e com a nossa torcida, principalmente. Quando o torcedor participa, ele tem um poder muito grande. Ele ajuda o atleta a mudar resultados. E o torcedor colorado sempre fez essa diferença. Tem tudo para acontecer. Não sei se este ano ou ano que vem, mas o Inter está perto. Desde que trabalhe com intensidade – concluiu.