Encerrado o processo de classificação e enviados os dados à Controladoria-Geral da União (CGU), a UFSC inicia hoje um pente-fino nos 869 arquivos que estão sendo mantidos sob sigilo na instituição. Oobjetivo é avaliar caso a caso e identificar o status de cada um: quais envolvem patentes, quantos envolvem tecnologia ou mesmo o número de pesquisas que devem ser concluídas a curto prazo.

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A universidade não descarta a possibilidade de discutir a reclassificação de algumas das informações e torná-las públicas. Segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pela CGU, a UFSC está em oitavo no ranking das 10 instituições públicas do Brasil que têm dados classificados como sigilosos, à frente da Infraero e do Ministério da Justiça. A instituição não dá detalhes sobre quais processos estão sendo mantidos em segredo. Explica apenas que são projetos e pesquisas e que a classificação ocorreu a pedido dos chefes de departamento.

A notícia de que há hoje 869 processos mantidos sob sigilo na UFSC surpreendeu até mesmo ex-reitores. Secretário da Educação de Florianópolis, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz estranhou a classificação. Reitor da UFSC em três mandatos, lembra que na época dele as pesquisas eram de responsabilidade do pesquisador, não eram tratadas pela reitoria.

– Sinceramente, não sei qual foi o critério adotado, mas imagino que estamos falando em pesquisas nas áreas de farmacologia e tecnologia, pesquisas que vão gerar patentes que têm de ser mantidas sob sigilo, sob pena de se perder o trabalho feito.

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Para o professor Lúcio Botelho, reitor da UFSC entre 2004 e 2008, o projeto de pesquisa em si não pode ser sigiloso, somente o resultado do estudo. Na avaliação dele, pode ter havido algum erro de classificação.

– Pode haver um número de documentos ligados à pesquisa que devem correr em sigilo, mas não acredito que sejam todos que gerem patentes, o que me leva a crer que possa haver aí uma margem de erro, até para justificar um número tão díspar em relação a outras universidades.