Em reunião no início da noite desta quarta-feira, a Prefeitura de Joinville recuou da decisão de suspender parte do programa de residência médica do Hospital São José – a portaria cortava 38 das 56 vagas para o primeiro ano da pós-graduação.

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Segundo a Prefeitura, a decisão de voltar atrás foi tomada porque o corte poderia prejudicar programas de residência em outras regiões do País. A suspensão, tomada como medida de economia (deixariam de ser gastos R$ 1,3 milhão por ano) foi alvo de críticas de entidades médicas e empresariais.

A Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM) chegou a anunciar que entraria na Justiça para tentar barrar os cortes.

Durante uma coletiva de imprensa na tarde da última segunda-feira, o prefeito Udo Döhler defendeu que os cortes não afetariam o atendimento.

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– (No caso do residente de primeiro ano) quem atende é o residente, mas o preceptor (médico) está do lado. E se isso não acontece, inevitavelmente ele (médico) vai ter que estar lá, porque alguém vai precisar dele. Mas ele estará lá – afirmou o prefeito no início da semana.

Mais queixas

Dalmo e Tânia, assim como outros integrantes do PMDB, já haviam se mostrados contrários à medida na reunião de segunda “É um equívoco”, diz Tânia, ex-secretária de Udo, alegando que quem sugeriu a medida ao prefeito “não entende nada de saúde”. Mas o PMDB não chegou a se manifestar oficialmente sobre a suspensão parcial do programa.

Sem acordo

A Prefeitura de Joinville e a Sociedade Joinvilense de Medicina não chegaram a acordo sobre o corte na residência do São José. O município alegou que até poderia rever a medida se os médicos colaborassem na redução do custeio do hospital. As sugestões foram redução de exames complementares, entre outras. Em reunião logo depois, a SJM recusou as propostas por temer prejuízos no atendimento.

A carta

Antes do anúncio da revogação da medida, carta encaminhada ao prefeito Udo, a SJM e outras entidades, além de hospitais ligados ao Estado, alegaram que não haverá economia porque será necessário contratar mais médicos. A Secretaria de Saúde de Joinville garantia que os médicos efetivos do Hospital São José são suficientes para atender também à demanda deixada pelos residentes que não serão contratados. Também há o entendimento de que a medida, agora revogada, iria ajudar a desafogar o pronto-socorro.

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Desde agosto de 2012

A portaria de cancelamento da condição de hospital de ensino do Hospital São José de Joinville foi publicada no dia 28 de agosto de 2012. Mais de três anos e meio depois, o município ainda não conseguiu reverter a decisão. Só no final do ano passado houve uma vistoria do Ministério da Educação.

Programa federal

Até agora, não há resposta se o São José atende ou não aos critérios para ser recredenciado em residência. Se a Prefeitura estivesse encaminhado o trabalho antes, a condição de hospital -escola já poderia ter sido recuperada. O programa de treinamento foi mantido com recursos próprios e, com o Mais Médicos, o hospital municipal conseguiu encaixar 18 vagas no programa de residência. Os demais matrículas são pagas pelo município.