Mesmo com a redução no número de turistas argentinos no litoral catarinense neste temporada, o sotaque espanhol ainda é maioria nas praia do Norte da Ilha de Santa Catarina durante a semana. No fim de semana, com a folga de quem mora na região, o jogo fica mais equilibrado. Mas nesta terça-feira, a Praia Brava estava com clima hermano.

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Da trilha do lado esquerdo da praia, que leva para um mirante e local de salto de parapente, se observa o mosaico de guarda-sois da praia. Naquele mar de pontinhos coloridos a maioria não é brasileiro.

– Em dia de semana chega a cerca de 80% de estrangeiros na praia. Sem dúvida – avalia o guarda-vidas Daniel Moratelli.

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Brincando com os dois filhos que não param nem por um instante, Fernando Urdin veio da cidade de Hurlingham, província de Buenos Aires, para passar 15 dias em um apartamento na Praia Brava. A família calcula que gastou cerca de R$ 5 mil, mas que vale a pena.

– Nós já viemos para cá desde 2009. É muito bom, ainda que mais caro – avalia Urdin.

– Acontece que nós nos planejamos durante o ano para isso e economizamos, mas é claro que é bastante custoso para nós. Mas na Argentina as coisas também estão caras, então…. – explica Maria Laura, esposa de Fernando.

Segundo os guarda-vidas locais Moratelli e o colega Samuel Santos, que há quatro anos trabalham na Praia Brava, depois das 17 horas a praia praticamente lota de turistas. E a preocupação da dupla só aumenta.

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– A gente entende que estão de férias e querem curtir, mas eles são muito descuidados. Entram no mar como se conhecessem o local. Aqui é um lugar mais perigoso e exige mais atenção. – explica Samuel Santos.

A grande preocupação dos guarda-vidas é quanto as crianças. Muitas crianças pequenas dentro mar, ainda que na beira, mas desacompanhadas. Sem cuidados.

– Todo o dias, mais de uma vez, a gente recolhe alguma criança pequena da água e precisa encontrar os pais, que estão desatentos na praia.

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As primeiras ondas

Quem não desgrudava do filho era Henrique Hass. Junto com a mãe Delfina, os dois ajudavam o filho Noah a se manter equilibrado sobre a prancha de surfe, para orgulho do pai.

– Tem só três anos, adora água. Nasceu na Carmela Dutra e logo veio para o mar – brinca o pai, que como bom manezinho logo diz a maternidade que o filho nasceu.

Henrique é de Florianópolis e conheceu Delfina, que é Argentina, em um verão há 4 anos. Se apaixonaram e se mudaram para a Argentina. Agora planejam passar seis meses na cidade argentina e outros seis meses no Brasil.

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