O comando de greve, representando os trabalhadores do transporte urbano da Grande Florianópolis, vai decidir se permanecem ou não em greve em assembleia marcada para o fim da noite desta segunda-feira, na Praça de Lutas, no Centro de Florianópolis.

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A medida foi tomada após uma nova proposta do desembargador Gilmar Cavalieri, onde os trabalhadores se comprometeriam a cumprir com a frota mínima (5h às 8h – 100% / 11h às 14h – 50% / 17h às 20h – 100%); as empresas pagam o INPC (inflação) em 7,16% retroativo à 1º de maio e as duas partes abrem negociação para flexibilização dos intervalos, redução da jornada de trabalho e ganho real do salário.

A reunião

Em 30 minutos de audiência já se pode dizer que é pouco provável que a greve do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Florianópolis termine ainda na noite desta segunda-feira. O primeiro a se manifestar foi o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setuf), Waldir Gomes. Ele descartou qualquer possibilidade de uma nova proposta à categoria.

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A primeira audiência de conciliação, desde o início da greve, é intermediada pela Justiça do Trabalho e ocorre desde o final da tarde desta segunda-feira. Além dos sindicatos, tem a presença do prefeito Cesar Souza Junior, que antes da reunião, reiterou que o preço das passagens de ônibus não será reajustado.

– É uma negociação que precisa ser feita entre as empresas e os trabalhadores – disse, Cesar.

Desembargador descarta proposta da catraca livre

Na audiência, foi permitida a entrada de 55 grevistas – outra centena espera do lado de fora, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho. Ricardo Freitas, procurador do Sindicato dos Trabalhadores, chegou a propor a retomada de 100% dos trabalhos – enquanto durar a negociação – mas desde que a catraca seja livre, ou seja, sem a cobrança de tarifa para os usuários.

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A proposta, porém, foi vetada pelo desembargador Gilmar Cavalieri antes mesmo que começassem as discussões sobre o assunto. Segundo ele, optar pela gratuidade significaria abrir mão do salário. E criticou tanto os trabalhadores quanto os empresários sobre o não cumprimento da manutenção de frota mínima.

– É um serviço essencial que está sendo negado à sociedade – apontou o desembargador Gilmar Cavalieiri.

Caso não seja possível, a Justiça irá aguardar decisão do Ministério Público do Trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores não descarta o dissídio que deverá ser determinado até terça-feira.

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Sobre a greve:

Em assembleia que iniciou no fim da noite deste domingo, o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo decidiu pela greve. Em resposta, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) exigiu uma frota mínima em circulação nos horários de pico, e que não foi respeitada nesta segunda-feira. A cada dia de descumprimento da determinação do TRT, o Sintraturb deverá pagar uma multa de R$100 mil.