Trabalhadores do transporte coletivo declaram apoio à greve dos servidores municipais de Blumenau e falam em parar

O Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol) declarou na manhã desta terça-feira o apoio à greve dos trabalhadores do serviço público municipal. O presidente Ari Germer afirmou que os trabalhadores da categoria estão sendo consultados sobre a possibilidade de paralisação dos serviços de transporte coletivo em Blumenau:

– Estamos distribuindo informações e consultando a categoria, porque nós todos ficamos muito envolvidos com todos estes serviços paralisados. Hoje eu presenciei um trabalhador do transporte que teve que levar o filho para o trabalho porque não tinha com quem deixar. O que queremos é que o prefeito chame os trabalhadores para uma nova negociação, porque eles estão reivindicando um direito do passado que ele (o prefeito Napoleão Bernardes) assumiu na campanha.

Segundo Germer, cerca de 80% dos trabalhadores do transporte já teriam declarado o apoio ao movimento dos servidores municipais e a concordância em parar os serviços de ônibus. Na manhã desta terça-feira a secretária do Sindetranscol Marlene Satiro esteve na praça Victor Konder, e falou sobre o apoio ao movimento grevista.

A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (Sintraseb) Sueli Adriano considerou muito importante o apoio dos trabalhadores do transporte e declarou que esta ação fortalece ainda mais o movimento dos servidores. Segundo o Sintraseb, só nesta terça-feira 3.105 servidores aderiram à paralisação.

Confira na íntegra o texto do comunicado do Sindetranscol de apoio à greve dos servidores:

“TRABALHADOR(A) MUNICIPAL EM LUTA É A NOSSA LUTA

Nossa categoria está em luta nos municípios de Gaspar e Pomerode, mas os patrões desrespeitosamente se NEGAM A NEGOCIAR com seriedade. Os prefeitos e vereadores(as) desses municípios NADA FAZEM, não estão nem aí para o transporte e a população. No entanto, quando a categoria se mobiliza, SÃO OS PRIMEIROS A DEFENDER OS PATRÕES e nos acusar de radicais e de fazer o povo de refém. Nós trabalhamos em empresas privadas, mas PRESTANDO UM SERVIÇO PÚBLICO de transporte, que é OBRIGAÇÃO DA PREFEITURA exatamente, como é a saúde, a educação/creche, o saneamento/água, o trânsito etc.

Os(as) trabalhadores(as) do serviço público municipal de Blumenau também estão em luta, exatamente como a gente. Chamados de servidores(as) públicos(as), na verdade SÃO TRABALHADORES(AS) DO SERVIÇO PÚBLICO, trabalham atendendo a população em serviços importantes. Assim, trabalhadores do transporte, da saúde, da educação/creches e outros serviços públicos, são exatamente IGUAIS, no fundo temos nos prefeitos/vereadores(as) os responsáveis/administradores(as) pelo serviço em que trabalhamos, como os patrões na iniciativa privada.

Dependemos uns (umas) dos outros (as)

Quando paralisamos o transporte a companheirada trabalhadora dos demais serviços públicos são afetados pelo nosso movimento. Quando eles estão em movimento, somos nós que somos afetados(as) pela falta de atendimento nos postos de saúde, nas creches e escolas de nossos filhos etc.

Então, eles(as) devem ficar CONTRA NÓS e NÓS CONTRA ELES(AS) AGORA?

Claro que não. É exatamente o contrário. Todos trabalhamos no serviço público, em última análise sob responsabilidade do prefeito municipal, portanto, SOMOS TODOS(AS) TRABALHADORES(AS) ALIADOS e temos o mesmo INIMIGO CONTRA NOSSOS DIREITOS. O povo, aí incluídas nossas famílias e servidores(as) públicos(as), tem direito ao transporte, assim como agora tem direito a saúde, educação etc. Estamos todos(as) n mesmo barco e devemos enfrentar juntos essa situação.

Exigimos NEGOCIAÇÕES/ATENDIMENTO DAS REIVINDICAÇÕES dos(as) trabalhadores(as) do serviço público de Blumenau.

Estamos sem o atendimento de saúde, de educação e de outros serviços da prefeitura de Blumenau. A culpa pela greve é do PREFEITO e da MAIORIA DOS VEREADORES(AS), não dos(as) trabalhadores(as)/servidores(as).

E exigimos negociações sérias e atendimento das reivindicações dos(as) trabalhadores(as), para que possamos voltar a contar com nossa companheirada trabalhando e nos atendendo. Caso contrário, vamos nos UNIR AINDA MAIS E PARALISAR JUNTO com a galera do serviço público.

E a Diretoria do SINDETRANSCOL está presente na luta dos(as) trabalhadores(as) da prefeitura, acompanhando, apoiando e auxiliando a luta. E estamos propondo para a nossa categoria um debate sobre nossa participação na paralisação, aumentando a pressão contra o prefeito e a maioria dos(as) vereadores(as) oportunistas e patronais.”