O Sistema de Baixa Pressão do Chaco, localizado no Sul do Brasil junto às fronteiras da Argentina e Paraguai, é apontado como o segundo lugar mais propício do mundo para desenvolvimento de grandes tempestades, que podem resultar em tornados. O estudo de Harold E. Brooks, do Laboratório Nacional de Grandes Tempestades, de Oklahoma, Estados Unidos, classificou o Chaco na América do Sul apenas atrás da região central dos EUA. O Chaco funciona como um berçário de grandes nuvens e após nascerem, elas rumam em direção a Santa Catarina.

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– A grande diferença do Estados Unidos é que ele é muito mais continental que a américa do sul. Por isso lá as tempestades são maiores e mais abrangentes – explica Márcia Fuentes, meteorologista do Instituto Federal de Santa Catarina

Outro estudo, de 2009, do Instituto Federal de Santa Catarina, coordenado por Márcia, apontou a grande incidência de tornados no Estado, foram mapeados 77 no período de 1976 a 2009. O Diário Catarinense noticiou pelo menos outros seis desde então até a data de hoje. Dados, que mostram que a proximidade com a região do Chaco colabora para a formação das tempestades em solo catarinense.

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O meteorologista Michel Muza, professor do Instituto Federal de Santa Catarina, explica que na região de Baixa Pressão do Chaco ocorre algo parecido com as tempestades de verão, mas com a diferença que não se trata apenas do ar quente que se condensa e chove com intensidade.

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– Essas tempestades nascem de forma mais organizada, constantes. Estão mais próximas umas das outras e são mais fortes – explica o Muza.

Além de estar na rota das tempestades que nascem nessa zona de baixa pressão, Santa Catarina também está em uma área tropical (próxima ao Trópico de Capricórnio) onde é comum o encontro de massas de ar que naturalmente geram mudanças climáticas e intensificam o processo de formação de tempestades e nuvens cumulo-nimbo.

Veja o infográfico e entenda como o Sistema de Baixa Pressão do Chaco influencia na formação de tempestades no Sul do Brasil.

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