Nas dobraduras de papel, a família da Chapecoense demonstra seu apoio ao recomeço. A primeira partida que o clube jogará desde o acidente na Colômbia, no próximo dia 21, contra o Palmeiras, contará com boas vibrações enviadas de todo o mundo por meio da arte milenar de origem japonesa. Um grupo de voluntários organiza a confecção de origamis para serem fixados na Arena Condá e entregues aos torcedores que acompanharem a partida. Até o momento, já há participação de moradores de várias partes do Brasil e do exterior.
Continua depois da publicidade
Os origamis, nos desenhos de tsurus (pássaros) e corações, significam a paz e o amor. Mas, no caso da Chapecoense, o sentimento vai além. A intenção da campanha intitulada “Manifeste seu amor” é passar uma mensagem de confiança e expressar apoio e fé no clube que foi devastado em novembro. Dentro dos corações de papel, por exemplo, são inseridas palavras de conforto ao clube.
Aprenda a fazer origamis para contribuir com a campanha pela Chapecoense
A ação já havia sido realizada no dia do funeral das vítimas da tragédia aérea, no mês de dezembro, e a expectativa é repetir o ato, aumentando a quantidade de origamis produzidos. Espera-se que até a próxima semana sejam confeccionados mais de 15 mil, que começarão a ser fixados na véspera do amistoso contra o Palmeiras.
Continua depois da publicidade
Cada um deles, em média, leva 10 minutos para ficar pronto. Se a quantidade atingir a meta, serão 2.500 horas de trabalho, divididas entre centenas de voluntários engajados na campanha.
Participação internacional
A produção das dobraduras começou por iniciativa do movimento “Eu Sou a Paz”, que reúne voluntários de Chapecó que buscam promover a cultura de paz na cidade. Contudo, a repercussão da campanha foi tanta que os origamis devem carregar as digitais de várias partes do mundo.
– Estamos recebendo tsurus e corações de várias cidades do Estado, país e mundo – conta Denise Fenker.
Continua depois da publicidade
Um grupo de Mato Grosso do Sul, por exemplo, já se reúne para produzir milhares até a data. Além disso, confirmaram a participação de voluntários de cidades próximas e capitais como Florianópolis e Curitiba. Ainda há uma brasileira que mora em Nova York há nove anos que aderiu à campanha e nesta semana enviou para Chapecó 30 dobraduras confeccionadas desde o último domingo.
– Eu fiquei muito tocada com a tragédia. Chorei e sofri, não apenas por serem jovens, mas por serem ídolos, por serem jornalistas como eu – diz Manoela Maia McGovern.
Um vídeo publicado por Manoela em uma rede social também tem atraído olhares para a campanha e estimulado outras pessoas a participar da campanha.
Continua depois da publicidade
– Fiquei feliz em saber que a contribuição aqui de Nova York acabou estimulando pessoas no Brasil. Ouvi: se ela, de tão longe, fez isso, por que eu, na cidade do lado, não posso ajudar? – destaca.
A internet tem o sido a maior forma de divulgação da campanha. Nela o movimento responsável divulga o passo-a-passo de como fazer as dobraduras e como cada voluntário pode contribuir, independentemente da parte do mundo em que estiver.
Em Chapecó, o grupo de voluntários, por meio da página do movimento “Eu Sou a Paz”, vem realizando oficinas de confecção de origamis e disponibiliza endereço para coleta e recebimento. Com mais de uma semana até o jogo, o desejo é de que mais voluntários se envolvam no trabalho e enviem boas vibrações ao clube, que, enxugadas as lágrimas, precisa de apoio para continuar construindo uma história de sucesso.
Continua depois da publicidade
“A Chapecoense tem que pensar no título”, diz Vagner Mancini
Clube nega rumores de série da Netflix sobre o acidente aéreo