Na primeira Copa do Mundo da história, em 1930, dona Orlandina Meirelles de Almeida já era uma adolescente de 16 anos. Quando o Brasil sediou seu primeiro Mundial, em 1950, ela chegava aos 36. Na última conquista do Brasil, em 2002, tinha 88. Nesta quinta-feira, Orlandina completa um século de vida e assiste, na casa de repouso Coqueiros Residence Care, na Florianópolis continental, ao início de mais uma Copa do Mundo – a 20ª de sua vida.

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Dona Orlandina nasceu na capital catarinense, em 12 de junho de 1914. Naquele ano, começava a Primeira Guerra Mundial, que duraria cerca de quatro anos, e Vencesláu Brás era eleito presidente do Brasil.

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Ainda faltavam 10 anos para o Figueirense – o time do coração de Orlandina – ser criado, em Florianópolis, e a Seleção Brasileira como a conhecemos hoje começava a engatinhar. O primeiro jogo do Brasil aconteceria apenas naquele ano, contra um time da Inglaterra.

É claro que Orlandina não lembra desta partida, mas de muitos outras que acompanhou em um século de vida. E não apenas da Seleção Brasileira: quando o Figueirense subiu para a série A no fim do ano passado, ela estava lá na Avenida Beira-Mar, com a família, comemorando a conquista.

– O segredo é a alimentação. Mas sem exagero, até hoje não abro mão do torresmo – brinca a idosa.

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Orlandina foi professora durante grande parte da vida. Ela teve um filho, já falecido, e quem a acompanha nesta quinta-feira é a nora, junto com duas netas e mais uma bisneta, ainda criança. Já deu aula em diversos lugares de Santa Catarina, como Blumenau e Urussanga, mas acabou voltando para a terra natal.

– Naquela época, eu morava na região continental e atravessava a ponte a pé para dar aula na Ilha, todos os dias – relembra.

Sentada no sofá da casa de repouso – com dores na perna, mas com bom humor -, ela divide as atenções entre o jogo e a festinha preparada pelos familiares na tarde desta quinta. Pode até ter faltado torresmo, mas os salgadinhos, a torcida “particular” verde e amarelo e a comemoração de uma vida tão longeva movimentaram a rotina da idosa no primeiro passo da Seleção Brasileira em direção ao hexacampeonato.

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