Os 10 vereadores denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina à Justiça na Operação Ave de Rapina, são candidatos à reeleição à Câmara de Vereadores de Florianópolis em 2016. Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko (PHS), Célio João (PMDB), Coronel Paixão (PDT), Dalmo Meneses (PSD), Deglaber Goulart (PMDB), Dinho da Rosa (PMDB), Ed Pereira (PSB), Marcelo da Intendência (PP) Ricardo Camargo Vieira (PMDB) e Roberto Katumi (PSD) integram a lista daqueles que podem se tornar réus na ação ao lado de 17 empresários do setor de mídia exterior com atuação na Capital.

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Os vereadores são suspeitos de receber propina para aprovação do substitutivo global, de autoria de Badeko, que alterou o projeto de lei Cidade Limpa, que regularia a publicidade de outdoors, luminosos e placas espalhadas pelas ruas da Capital. Para o MP-SC, eles agiram em conluio com empresários do setor para que o referido projeto não fosse aprovado, assim como atuaram em conjunto para que se mantivesse em vigor a Lei Complementar 422/2012, favorável aos interesses de empresários da área.

A denúncia foi protocolada na Vara do Crime Organizado na noite da última sexta-feira, e seu titular, o juiz Rafael Brunning, será o responsável por decidir se aceita ou não. Caso sim, os acusados passam a ser réus na ação penal.

Quanto cada vereador recebeu, de acordo com a denúncia do MP-SC

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Marcelo da Intendência teria recebido R$ 10 mil para evitar que projetos contrários aos interesses do grupo fossem aprovados.

Dalmo Meneses teria recebido R$ 39,1 mil para evitar que projetos contrários aos interesses do grupo fossem aprovados.

Dinho da Rosa teria recebido R$ 10 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012, que manteve tudo ao gosto das empresas do ramo. Ele também teria recebido cortesias de mídia publicitária exterior.

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Célio João teria recebido R$ 20 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012. Ele também teria recebido cortesias de mídia publicitária exterior.

Ed Pereira teria recebido R$ 15 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012. Ele também teria recebido cortesias de mídia publicitária exterior.

Deglaber Goulart teria recebido R$ 20 mil para evitar que projetos contrários aos interesses do grupo fossem aprovados. O MP-SC expõe que Deglaber foi determinante para a garantia dos interesses do grupo, pois o denunciado, diz a denúncia, passou a ¿trabalhar¿ nos bastidores da Câmara, como líder do PMDB, para que fosse aprovado o substitutivo global de Badeko. Deglaber também teria recebido mais R$ 15 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012.

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Roberto Katumi teria recebido R$ 20 mil para evitar que projetos contrários aos interesses do grupo fossem aprovados.

Ricardo Camargo teria recebido R$ 20 mil para evitar que projetos contrários aos interesses do grupo fossem aprovados.

Waldyvio da Costa Paixão, o Coronel Paixão, teria recebido R$ 1 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012. Ele também teria recebido cortesias de mídia publicitária exterior.

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Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko, teria recebido R$ 80 mil para garantir agilidade na tramitação e publicação do Decreto Municipal regulamentador da Lei Complementar n° 422/2012.

O que dizem os vereadores

A reportagem tentou contato com os 10 vereadores denunciados pelo MP-SC, mas apenas Edinon Manoel da Rosa, o Dinho, e Ricardo Camargo Vieira atenderam as ligações. Ricardo afirmou desconhecer a denúncia.

— Eu tenho a informação contrária. Recebi a informação de que eu não seria denunciado — disse.

O vereador Dinho também disse que não foi notificado da acusação e negou qualquer participação no esquema.

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— Eu não tenho conhecimento sobre isso. Eu não fui para a Câmara fazer negócio com projetos ou me envolver com quadrilha — afirmou.

O advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, que defende os vereadores Deglaber Goulart, Dalmo Deusdedit Meneses e Edinon Manoel da Rosa, o Dinho, também foi ouvido, mas informou que só poderá se manifestar após ver a denúncia e ser notificado oficialmente.

O advogado de defesa de Badeko, Renato Boabaid, informou que vai aguardar ser oficialmente notificado. Segundo ele, as informações são todas vagas e as “denúncias não apresentam nada de novo”.

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A reportagem ligou no telefone celular do vereador Célio João, e um assessor atendeu. Informado do motivo da ligação, disse que o vereador estava em outro telefonema e retornaria a chamada. Minutos depois, o telefone do vereador estava desligado.

A reportagem também falou com a assessora parlamentar do vereador Waldyvio da Costa Paixão, o Coronel Paixão, mas ela não soube informar o nome de seu advogado.