O laudo do exame realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) no corpo de Ricardo dos Santos aponta que as balas atingiram o surfista a partir da lateral esquerda do peito e pelas costas. Apesar da existência de três perfurações, dois projéteis atingiram Ricardo, sendo que um atravessou o corpo da vítima e foi encontrado pela Polícia Militar no local do crime e o outro ficou alojado na quinta vértebra de sua coluna, na região lombar. Os tiros foram disparados pelo policial militar Luis Paulo Mota Brentano.

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O disparo responsável pela morte, em decorrência de hemorragia, foi o que atingiu a lateral, pois essa bala passou pelo baço, pâncreas, fígado e intestino, além de perfurar a veia cava, a de maior fluxo de sangue no corpo. O tipo de lesão sofrida por Ricardo não incapacita imediatamente e nem provoca inconsciência imediata. Testemunhas no local falaram que o surfista pediu que se concentrassem em buscar os responsáveis, antes de sucumbir.

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Surfista Ricardo dos Santos morreu na terça-feira. Foto: Renato Tinoco

Dois médicos legistas e três oficiais de perícia legal trabalharam no corpo de Ricardo para liberá-lo para a família com a maior agilidade possível.

– Por conta das circunstâncias, o nosso pessoal intensificou os esforços e se ajudou nesse momento tão crucial – descreveu o gerente do IML, Marcos Aurélio Lima.

A única afirmação que o exame cadavérico permitiu fazer sobre o posicionamento do agressor foi de que ele não estava a menos de 60 centímetros do alvejado, mas cálculos balísticos ainda precisam ser realizados para determinar a distância exata. Outro ponto que necessita ser esclarecido é a sequência em que os tiros ocorreram.

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Novas análises técnicas poderão ser feitas conforme solicitação por parte dos responsáveis pela investigação criminal, assim como a reconstituição, mas ainda não é possível fazer uma previsão sobre suas conclusões.

Confira fotos da missa na manhã desta quarta-feira:

Sepultamento

O corpo de Ricardo dos Santos foi enterrado às 12h30min desta quarta-feira no cemitério de Paulo Lopes, cidade vizinha à praia da Guarda do Embaú, na GrandeFlorianópolis. Em meio aos cantos religiosos, choro e orações, o corpo do surfista foi colocado no túmulo ao mesmo tempo em que os presentes gritavam “justiça”.

Missa

Após madrugada de homenagens, começou às 10h da manhã desta quarta-feira a missa para Ricardo dos Santos, que faleceu nesta terça-feira após ser baleado por um policial militar de folga. O salão paroquial ficou lotado de familiares e amigos do surfista. Entre os presentes estão os surfistas Adriano de Souza – o Mineirinho -, Alejo Muniz e Jacqueline Silva.

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Manhã seguinte

A Praia da Guarda do Embaú, em Palhoça, amanheceu com chuva e todos os estabelecimentos fechados nesta quarta-feira, dia seguinte à morte do surfista profissional Ricardo dos Santos. Na frente da maioria dos hotéis, pousadas e lojas havia panos pretos e flores. Também as frases “estamos em luto” e “Guarda de luto”.

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Homenagem a Ricardo dos Santos

Velório lotou Salão Paroquial em Palhoça

O corpo do surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, 24 anos, chegou por volta das 23h desta terça-feira no salão da Paróquia Santa Terezinha, na Guarda do Embaú, em Palhoça, onde será velado durante a madrugada. Dezenas de pessoas já estavam no local aguardando desde o início da noite. Muitas estão de branco, segurando velas.

Crime em Palhoça

Ricardinho foi baleado na segunda-feira, depois de uma discussão com um policial. Levado ao Hospital Regional de São José, depois de 30 horas e quatro cirurgias não resistiu e morreu no início da tarde desta terça-feira. O policial e a testemunha que estava com o surfista contam diferentes versões para o motivo dos três disparos. O primeiro alega legítima defesa e a segunda diz que a ação foi sem justificativa. A Polícia Civil investiga o caso.

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A morte do surfista causou grande comoção na Guarda do Embaú, onde ele morava. A notícia repercutiu também no meio do surfe e uma série de profissionais do esporte como o atual campeão mundial Gabriel Medina se manifestaram sobre o caso.