A Rua das Cobras, em Pequim, é minha principal recomendação gastronômica para quem viajar à China. Mais até do que provar o famoso pato de Pequim.
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Fiquei apenas quatro dias na cidade, em 2008, e a despedida foi na Rua das Cobras. Busco sempre em viagens algo típico da culinária local. No país, entre outras coisas, queria experimentar insetos, inspirado em Cisnes Selvagens, biografia de Jung Chang, que resgata a saga de três mulheres da família e as turbulências da história chinesa do início do século XX, ao governo do Kuomintang e a vitória de Mao Tsé Tung – e a consequente fome, entre os anos 1950 e 1960, em que insetos eram devorados por chineses em busca de proteínas.
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Enfim, fui à tal rua provar os aperitivos típicos. Entre diferentes iguarias exóticas, o inseto em meu cardápio era o bicho-da-seda frito no casulo. Servido em espetinhos, fica dourado por fora e esbranquiçado por dentro. Tem textura esponjosa e lembra goma de mascar. Achei amargo demais (mais do que chá de carqueja) e não consegui comer até o fim.
Preferi escorpiões e centopeias, bastante crocantes, com sabor apimentado e levemente salgado.