Uma moradora do Edifício Antuérpia, na esquina da rua Max Colin com a Bento Gonçalves, presenciou a fuga da dupla que atirou e matou o empresário Márcio Rogério Janning, 40 anos, quando ele estacionava o carro na frente do prédio, na noite de quinta-feira da semana passada.

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A principal hipótese da polícia é a de latrocínio (roubo seguido de morte). Os homens teriam abordado o empresário na expectativa de roubar o carro dele, um Ford Edge. Porém, acabaram fugindo sem levar nada.

O empresário recebeu os primeiros socorros do Samu e foi levado para o Hospital São José, onde morreu no dia seguinte. A moradora relatou à reportagem de “A Notícia” que ouviu uma discussão na rua entre 20 horas e 20h30. Ela só se deu conta de que poderia ser um assalto quando ouviu o único disparo de arma de fogo. Ao olhar para baixo, viu Márcio caído no chão e dois homens que discutiam o que fazer após o disparo. Um dos suspeitos estava próximo ao veículo e o outro na esquina.

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– O homem que estava perto do carro perguntou: “Nós não vamos levar o carro?”. E o outro respondeu: “Sujou, vamos embora” – revela.

Após o diálogo relatado pela moradora, a dupla teria corrido em direção à Max Colin. Pessoas que passaram pelo local disseram que os suspeitos fugiram em uma motocicleta.

A moradora relatou ainda que acionou a polícia pelo 190 e informou o crime. Ela permaneceu na linha com um dos agentes da Central de Emergência até a chegada da primeira viatura.

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– Os dois primeiros dias foram difíceis para dormir. É uma sensação ruim. Só consigo ver aquela imagem dele caído – lembrou.

Segundo a moradora, o empresário morava no prédio havia alguns meses e sempre estacionava o Ford Edge na rua porque a vaga de garagem do edifício é estreita para um veículo daquele porte. Ela afirma que há cerca de três semanas também presenciou uma tentativa de roubo contra a companheira do empresário. A mulher, que dirigia o veículo de Márcio, estaria estacionando o veículo na rua quando supostamente foi abordada por um assaltante.

– Ele tentou assaltar e pediu o carro. Depois a empurrou e foi embora – contou.

A polícia investiga se há algum registro de ocorrência referente à tentativa de assalto supostamente sofrida pela companheira do empresário.

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Carro pode ter atraído ladrões

O fato de o empresário sempre estacionar o carro na rua pode ter chamado a atenção dos bandidos. O modelo do veículo também é um fator que chama a atenção. Produzido no Canadá, o Edge é equipado com sistema multimídia, comando de voz, câmera de ré e chave com sensor de presença. Fotos do local do crime mostram que a rua tem pouca iluminação, o que também pode ter contribuído para a ação dos assaltantes.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Reis, da Divisão de Homicídios, até o momento não há indícios de execução. Tudo indica que o empresário foi vítima de latrocínio. O delegado acredita que a dupla fugiu sem levar o carro porque o disparo chamou a atenção dos moradores. Os assaltantes normalmente ficam nervosos nessa situação e acabam optando por fugir sem levar o veículo para evitar a prisão em flagrante.

A polícia solicitou uma cópia das imagens das câmeras de segurança que existem na região do edifício. Pelo menos três moradores do Antuérpia foram ouvidos como testemunhas. O dono de um dos estabelecimentos próximos ao local do crime disse para “A Notícia” que as câmeras dele não registraram a movimentação dos bandidos porque estrategicamente estão direcionadas para a porta do comércio. Ainda assim, ele cedeu as imagens à polícia.

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O exame cadavérico ainda não foi entregue ao delegado. Caso o projétil tenha ficado intacto, pode possibilitar um confronto balístico (comparar com alguma arma que venha a ser apreendida) no decorrer da investigação.

BOATOS E FATOS

O QUE É BOATO

– Suspeita de execução.

– Projétil que atingiu empresário seria de armamento especial.

– Empresário estaria visitando companheira no prédio.

O QUE É FATO

– Nenhuma hipótese é descartada pela polícia, porém não há indícios de execução por enquanto.

– Exame cadavérico ainda não foi concluído, por isso, não é possível saber qual o tipo de arma utilizada no assalto.

– Moradores afirmam que ele já morava no edifício havia alguns meses.