O terminal marítimo de Joinville, construído para abrigar os passageiros que navegariam pelo rio Cachoeira e pela baía da Babitonga a bordo do JetBus, está abandonado. Após algumas tentativas, o passeio turístico foi suspenso.
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A terceira tentativa de retomar a viagem ainda não tem prazo para se concretizar. À mercê das ações do tempo e do vandalismo, o terminal marítimo, perto do Mercado Público Municipal, virou abrigo de moradores de rua.
Há mais de um ano, uma empresa de transporte marítimo espera que o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) libere os documentos para conceder a permissão de uso da linha Joinville-São Francisco do Sul. De acordo com o dono da empresa, Jonas Marcelo Voltolini, o barco não teria problemas para navegar com a maré baixa.
Desde que a embarcação JetBus deixou Joinville, em julho de 2009, o investimento do governo do Estado para a navegação no rio Cachoeira foi em vão.
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Em dezembro de 2010, uma nova esperança de colocar o serviço em prática surgiu. Uma empresa se mostrou interessada em assumir o transporte de passageiros.
A Ecoturis Transporte Marítimo foi anunciada pelo então diretor-geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), Fernando Camacho. À época, o diretor disse que a nova empresa estava providenciando a documentação exigida pelo Deter e que, no mesmo mês, a navegação seria retomada.
Em maio do ano passado, o presidente do Deter, Sandro Silva, garantiu que a navegação seria liberada até junho de 2011. Sete meses depois, nada aconteceu.
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R$ 2,3 milhões no projeto
Para tornar o projeto realidade, o governo estadual investiu R$ 2,3 milhões em estudos, construção do terminal marítimo, serviço de dragagem e desassoreamento do rio Cachoeira e implantação de sinalização náutica.
A primeira empresa que apostou no projeto, a JetBus Transportes Marítimos, desistiu após seis meses de operação. O empresário Fernão Sérgio de Oliveira explicou que não foi possível manter uma regularidade de horários por causa da falta de navegabilidade do rio Cachoeira.
A embarcação só conseguia navegar com maré alta e teve problemas com o lixo que prendia-se às hélices.
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Outra embarcação usada nos passeios foi o catamarã Bela Catarina, da empresa Costa do Encanto Turismo, que teve os mesmos problemas do JetBus.
Maré baixa não seria problema
A nova empresa a se lançar no projeto, Ecoturis Transporte Marítimo, operaria a linha com uma embarcação apontada como mais adequada à realidade do Cachoeira porque não dependeria da maré alta. Seriam dois barcos de madeira. Um para 80 passageiros e outro com 36 lugares.
Segundo o diretor de transportes do Deter, Ralf Benkendorf, a concessão de uso da linha está encaminhada e falta a Ecoturis entregar alguns documentos. Mas não é essa a versão da empresa. O dono, Jonas Marcelo Voltolini, nega e lembra que o começo do serviço também depende de uma reforma do terminal.
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Segundo Voltolini, na época em que foi anunciada a possível liberação da linha, a empresa investiu em reformas no terminal e pagou um vigia durante cinco meses para cuidar do local. Sem resposta do poder público, a empresa deixou de investir.
– Trocamos os vidros quebrados, os guichês, toda a parte elétrica e providenciamos uma limpeza. A Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) consertaria a parte flutuante do terminal, que dá acesso ao barco-, acrescenta Voltolini.
A SDR ainda não tem uma definição sobre o futuro do terminal marítimo e da hidrovia, mas garantiu que terá uma resposta nos próximos dias.
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