Depois de três anos desde a inauguração da terceira pista da SC-405, principal rodovia de acesso ao Sul da Ilha, o Governo do Estado deu início a obra de drenagem, calçada, ciclovia e dez faixas de pedestres elevadas (lombo-faixas). O prazo para a conclusão do serviço é oito meses, mas a empresa responsável por executar o projeto promete entregá-lo em cinco, segundo o engenheiro da Secretaria de Infraestrutura José Abel da Silva.

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::: Há um ano, rodovia apresentava aumento no número de atropelamentos

::: O então comandante da Polícia Militar Rodoviária apontou falhas no projeto da terceira pista em maio de 2013

O projeto é de março de 2012, mas após três editais de licitações sem concorrentes, o Estado teve que recorrer a contratação direta, em um contrato de R$ 2,1 milhões.

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Transtornos

A terceira pista acabou trazendo muito transtorno para quem vive às margens da rodovia, que se viu entre um fluxo intenso de carros, diminuição de clientela do comércio e dificuldade de locomoção e retorno.

– Aqui está horrível. O que deu de acidente aqui depois desta obra é coisa de louco. Inclusive estou mudando meu negócio daqui por causa disto. Para fazer o retorno tem que ir até o trevo do Campeche ou até a Via Expressa Sul – disse José da Conceição, que é dono de uma loja agropecuária.

Mais segurança para pedestre, pouco espaço para bicicletas

A situação é pior para os pedestres. Dá medo atravessar as três pistas, em qualquer ponto dos 2,8 quilômetros do trecho entre os trevos da Seta e Rio Tavares. Os carros avançam em velocidade, as faixas de segurança estão apagadas e o acostamento é estreito e delimitado por alguns olhos de gato (tachinhas). Desde 2011 foram mais de 30 atropelamentos, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária.

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Para dar mais segurança ao pedestre, o projeto prevê a construção de lombo-faixas, elevadas em doze centímetros da altura da pista dos carros. Entre uma pista e outra terão duas muretas de proteção, com sinalização para os veículos.

– Os carros vão diminuir a velocidade e ter maior visibilidade do pedestre que quer atravessar, o que vai aumentar a segurança – explicou o engenheiro da Silva.

O representante da Associação de Ciclousuários Via Ciclo, Daniel Costa, acompanhou a elaboração do projeto, mas lamentou a largura reservada para as bicicletas: 1,5 m da calçada.

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– É muito pouco. A medida mínima estipulada pelo Ministério das Cidades é que a ciclovia tenha no mínimo 1,2 metro para cada bicicleta. Se tiver duas bicicletas em sentido contrário não vai caber na pista. Mais uma vez vai ser priorizado o espaço do carro – lamentou.