O silêncio acabou, mas a aflição continua. Após três meses sem falar com o filho, que está nos Estados Unidos, uma moradora de Joinville conseguiu trocar algumas palavras com ele por telefone na noite da última quinta-feira, depois de receber uma mensagem no celular com o número dele.
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Carla Menezes, 54 anos, ficou aliviada por ter certeza de que o filho, Guilherme Garcia, 24 anos, está vivo, mas continua preocupada com as condições em que o jovem se encontra. Segundo Carla, ele disse estar morando na rua, parecia assustado e falava de forma confusa.
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– Ele realmente está na rua. Tenho informações desencontradas, ele arrastava a língua para falar. Pediu ajuda e em outro momento disse que não poderia ser achado, dizia que vão tirar o filho dele. Tentei acalmá-lo, mas não consegui. Depois tentei outras ligações, mas dava desligado – conta Carla.
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Durante a ligação, Guilherme ainda avisou que está na cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, e que há duas semanas está distante da mulher, com quem mantinha um relacionamento conturbado. No entanto, o jovem não chegou a confirmar a localização exata em que se encontra.
Conforme o Consulado-geral do Brasil em Miami informou à mãe, os dois filhos de Guilherme, de um e três anos, estão em um abrigo e o acolhimento é provisório até que os pais cumpram uma medida estabelecida pela Justiça americana, cujo motivo não foi revelado.
Guilherme vive na Flórida há quase sete anos, trabalha com construção civil e é casado com uma americana com quem teve os dois filhos. Carla e Guilherme foram morar nos Estados Unidos em 2006. Lá, ele completou o ensino médio e começou a trabalhar. Após dois anos morando com o filho e o marido nos EUA, ela voltou ao Brasil após saber da morte de uma irmã.
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Não retornou mais aos Estados Unidos por problemas de documentação e ainda teve o visto negado por dez anos porque havia permanecido ilegalmente naquele país. Agora, Carla espera conseguir pelo menos um visto temporário para poder reencontrar o filho e convencê-lo a voltar ao Brasil.
– Minha intenção é ele vir pro Brasil, ser repatriado, reerguido e recuperado. Depois entramos em outra batalha, que será a luta pelos filhos. Quero ver meus netos, acho que mereço o perdão do visto, disso não abro mão – desabafa.
Carla Menezes ficou sem notícias do filho por três meses