Há 11 anos Blumenau mantem o projeto Iniciação Esportiva, que nesse período já atendeu 27,8 mil crianças e revelou talentos de Blumenau. O treinador do time feminino de handebol é Sérgio Graciano, um dos principais incentivadores da modalidade em Blumenau. Na área há 22 anos, ele vê uma queda no interesse dos jovens pelo esporte que reflete no desenvolvimento de atletas do município.

Continua depois da publicidade

– Estamos enfrentando a Geração Facebook. As safras estão mais fracas, os jovens preferem passar o dia no computador ao invés de praticar um esporte. Somado a isso tem o fator segurança, que faz com que muitos pais prefiram que o filho fique em casa. Isso a médio prazo pode ter até um efeito na saúde dos nossos jovens – avalia.

Leia as últimas notícias de esporte

Graciano diz que os próprios professores da rede pública de ensino têm perdido o interesse pela iniciação esportiva. No handebol, o treinador lembra que cada vez mais busca nas escolas particulares as atletas para suas equipes e muitas vezes elas largam o esporte depois que terminam o ensino médio. O movimento de diminuição do número de crianças que praticam esportes nas escolas é comprovado pelas próprias estatísticas do projeto de Iniciação Esportiva.

Continua depois da publicidade

Embora a quantia total tenha aumentado, nos polos básicos dentro das escolas o número cai ano a ano. Lá em 2005 quando começou, o projeto atendia 370 crianças de acordo com os dados da FMD. Em 2010 o número tinha subido para 3.003, mas desde então vem caindo. Nos cinco anos seguintes foi cortado pela metade: em 2015 eram 1.554.

– Nas escolas tem caído, sim. É uma briga com a tecnologia e várias outras questões sociais que afastam os jovens do esporte hoje em dia. Os professores e a fundação precisam de criatividade para tentar atrair as crianças hoje em dia – diz o atual presidente da FMD, João César Sendeski.

Fundação diz que otimizou polos para poupar recursos

Na comparação anual o número de polos do projeto também caiu. Em 2012 Blumenau chegou a ter 54 unidades, hoje são 34. Mas, segundo Sendeski, nada foi cortado ou perdido.

Continua depois da publicidade

– Tivemos que otimizar, não adianta ter um polo para três alunos. Tínhamos situações de dois polos diferentes no mesmo bairro e cada um com poucos alunos. O que fizemos foi unir esses polos em um para não desperdiçar dinheiro e tempo dos professores, que são nosso talento – explica o presidente da fundação.

Acompanhe as informações do colunista Everton Siemann

Atualmente são 16 modalidades esportivas oferecidas totalmente de graça, seja nas escolas ou nos clubes e escolinhas conveniadas. As crianças participantes têm aulas duas ou três vezes por semana no contra-turno escolar, para que não percam aulas. Não há peneira ou escolha, qualquer interessado pode praticar um esporte (confira os horários de cada polo em http://goo.gl/AcPBU8.).

Na questão financeira, Sendeski diz que a FMD tem conseguido manter uma verba estável para o projeto, inclusive com acréscimos anuais que são revertidos em participações dos times em campeonatos, formação para os instrutores e materiais para a prática esportiva. Dos R$ 5 milhões que a pasta tem de verba para 2016, R$ 11,5 mil são investidos todo mês no Iniciação Esportiva (R$ 138 mil no ano). Em 2014 a verba mensal do projeto era de R$ 10 mil, enquanto em 2013 era de R$ 8,7 mil por mês.

Continua depois da publicidade