É ano olímpico e o Brasil vai ver de perto boa parte dos melhores atletas do mundo em solo nacional. De todos os países, modalidades, histórias e estilos, mas cada um como uma espécie de exemplo. É a inspiração que move as engrenagens do esporte: da criança que faz da rua o campo de futebol e sonha em ser Neymar, que faz da escola a pista de corrida e se imagina Usain Bolt, que sobe ao pódio imaginário e comemora um futuro que deseja ter. E tudo isso começa cedo, é de pequeno que vem o talento dos melhores atletas, e onde se encontra as joias a serem lapidadas para o futuro do esporte nacional.
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É a história da jovem Danielle Fidel Estrais, que tem nas pernas a missão de correr em busca de um futuro melhor. A garota de 14 anos encontrou na escola onde estuda, a João Durval Müller, no bairro da Velha, o esporte que quer seguir pelo resto da vida. Ela é corredora e entrou aos 10 anos nas aulas de atletismo oferecidas através do programa de Iniciação Esportiva, do qual a escola é um dos polos. A menina conta que começou apenas por passatempo, mas criou gosto pela velocidade e foi incentivada por pais e professores a investir no esporte. Quatro anos depois, Danielle já treina pelo time juvenil de Blumenau e coleciona quase mais medalhas que anos vividos: já são 13, entre Jogos da Primavera, Joguinhos Abertos de Santa Catarina e outras competições.
– O esporte melhorou o meu físico, o meu desempenho na escola e até a relação com os meus pais, que hoje me apoiam mais. Quero continuar treinando e competindo – diz a velocista, que ajudou a equipe da escola a ser campeã geral do atletismo feminino nas últimas três edições dos Jogos da Primavera.
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Acompanhe as informações do colunista Everton Siemann
A escola João Durval Müller é um dos atuais 34 polos do projeto organizado pela Fundação Municipal de Desportos (FMD), que nos últimos 11 anos já atendeu mais de 27,8 mil crianças e adolescentes na cidade. Financiado com recursos exclusivos do poder público municipal e parcerias com empresas privadas, o projeto oferece aulas gratuitas para quem quer começar no esporte desde cedo dentro das escolas, com instrutores fornecidos pela própria FMD. Há o nível básico na rede de ensino e os chamados polos avançados, em clubes e escolinhas, que recebem atletas indicados por professores de Educação Física.
Dos exemplos olímpicos citados nas primeiras linhas deste texto, Danielle aprende as técnicas da corrida com alguém que pode vestir o verde e amarelo no Rio de Janeiro. Sua instrutora na escola é Nair da Rosa, atleta da marcha atlética blumenauense, que disputa semana que vem o campeonato Mundial em Roma, na Itália, em busca de índice para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.
Programa ajuda a formar cidadãos
Se Danielle já coleciona medalhas na categoria Juvenil enquanto ainda participa da iniciação, a lista de atletas que já almejam equipes profissionais após a formação básica dentro do projeto é grande. Um caso é a jovem Ariane Jamyle Rogério Gonçalves, 22 anos, que hoje está na reta final da faculdade de Fisioterapia, que cursa com bolsa de apoio aos atletas. Ela começou a jogar handebol quando estava na EBM Alberto Stein, que na época era um polo, e passou para o time comandado pelo técnico Sérgio Graciano. Quando falou com a reportagem, Ariane estava em Brasília disputando a Liga Universitária.
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– Comecei a jogar com 12 anos na escola, depois passei para a escolinha de handebol no Sesi e fui para o time. Pelo esporte ganhei bolsa de estudo e foi algo que me definiu como pessoa. Tudo que sou hoje é pelo projeto em que entrei quando era criança – conta.
Para ela, a importância da prática esportiva na escola vai além da saúde física e mental:
– Através do esporte se aprende a respeitar o próximo, ter disciplina. Sempre gostei de esportes, mas com o contato na escola me encontrei.
