A ociosidade do centro cirúrgico do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, compromete a lista de espera por intervenções, conforme aponta o relatório do TCE/SC. Apesar de o centro estar disponível para cirurgias marcadas por 880 horas durante o ano de 2011, teve uma ociosidade de 37,75% do total, isto é, 332,21 horas. Em maio daquele ano, havia quase 5 mil crianças na fila de espera por cirurgia.
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Segundo os técnicos do TCE, se o tempo ocioso fosse todo utilizado, as filas de cardiologia e ortopedia cessariam em pouco mais de quatro e cinco meses, respectivamente, e a de otorrinolaringologia em 44 meses.
Um dos motivos para a lista de espera em 2011 era a falta de cumprimento nas horas contratadas pelos médicos. Entre janeiro e julho deste ano, 77% dos médicos não tiveram nenhum registro de frequência no relógio de ponto. Há casos de profissionais que não registraram o ponto porque estavam realizando cirurgias, e de médicos cujo nome não constava em nenhuma escala de trabalho.
“Antes de se pensar em contratação de novos médicos é necessário reavaliar e disciplinar a utilização do centro cirúrgico, visando minimizar a ociosidade atualmente existente”, diz o relatório.
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A última auditoria feita no Hospital Infantil, realizada em 2011, apurou a utilização da capacidade física e de pessoal para atendimento aos pacientes – investigados pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE) da Corte catarinense.
O Tribunal de Contas de Santa Catarina fará uma nova auditoria no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, a pedido da deputada estadual Angela Albino (PCdoB-SC). O órgão vai apurar a existência de desvio de verba pública e o atraso nas obras do hospital.