A Polícia Civil indiciou na quinta-feira por feminicídio (morte intencional de pessoas do sexo feminino) e peculato (desvio de bens públicos) o servidor do Hospital Municipal São José de Joinville, Claiton do Canto Lucho, 45 anos. Ele é suspeito de desviar medicamentos do São José e aplicá-los na mulher, que estava internada na UTI do Hospital Unimed, com a intenção de matá-la.

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De acordo com o delegado Wanderson Alves, o inquérito deve ser encaminhado ainda nesta sexta-feira. A Justiça ainda vai definir o indiciamento, mas não está descartada a possibilidade de prisão preventiva do servidor. A perícia ainda está sendo feita em computadores e também está sendo investigada a possibilidade de ele ter sido auxiliado por uma outra pessoa.

Segundo o advogado de defesa do homem, Fernando Pereira Toniato, Claiton é inocente nos dois crimes e a acusação não procede. De acordo com Toniato, o cliente dele não recebeu o indiciamento formal e assim que receber, tomará medicas cabíveis para a defesa.

Entenda o caso

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De acordo com o delegado Wanderson Alves, a investigação começou no dia 24 de abril do ano passado. Naquele dia, a equipe médica do Hospital Unimed percebeu que, durante a visita do marido, o quadro clínico da mulher piorou subitamente: ela apresentou forte arritmia cardíaca e pressão arterial em níveis elevados. O corpo médico conseguiu reverter o quadro.

No mesmo dia, os funcionários também surpreenderam o homem quando ele revirava o conteúdo da lixeira do quarto. Ao checarem o local, encontraram três seringas descartáveis de padrão diverso ao utilizado pelo hospital. Os médicos encaminharam o material encontrado na lixeira e a bolsa de soro utilizada pela mulher naquele momento à Polícia Civil para análise.

Após uma série de exames, ficou demonstrado que o líquido encontrado na seringa e na bolsa de soro era uma droga analgésica a base de alfentanila, largamente utilizada em ambiente cirúrgico hospitalar.

– Esta substância é mais forte do que morfina – afirmou o delegado.

Em depoimento, o médico responsável pela paciente informou que aquele medicamento não foi ministrado no tratamento da mulher, fazendo com que a equipe médica desconfiasse do marido. Esclareceu, ainda, que o homem indiciado é técnico em enfermagem da instituição de saúde pública, por isso possuía fácil acesso a medicamentos e a seringas idênticas àquela encontrada na lixeira.

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Posição do Hospital São José sobre o caso

Em nota, o Hospital Municipal São José informou que afastou o servidor preventivamente das atividades e solicitou abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) à Secretaria de Gestão de Pessoas logo que o estabelecimento foi notificado, no dia 7 de julho deste ano.