O incêndio no Hotel Rech, em Braço do Norte, que causou a morte de três pessoas dia 30 de abril, foi causado por um superaquecimento no motor da geladeira de bebidas. A perícia realizada no local e divulgada na tarde desta sexta-feira aponta que o fogo começou de maneira acidental. Representantes do Corpo de Bombeiros e do Instituto Geral de Perícias (IGP) apresentaram um estudo detalhado sobre o incêndio na Associação Empresarial do Vale do Braço do Norte (Acivale).

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Segundo o documento, o incêndio teve origem na junção da parede frontal da lanchonete com a parede divisória da escada. A fumaça e a fuligem da queima dos materiais foram para os pavimentos superiores, tomando os corredores e reduzindo por completo a visibilidade e a reserva de oxigênio, o que impossibilitou a saída dos hóspedes. O calor liberado também derreteu as luminárias de emergência e placas de sinalização de abandono de local.

De acordo com a perícia, não há sinal de que o incêndio possa ter sido originado na rede elétrica, pois a fiação estava íntegra e não apresentava traços de curto-circuito. No caso da geladeira, a parte posterior apresentou grande degradação de queima, o que chamou a atenção dos peritos. Na fiação do motor foram encontrados rupturas dos filamentos de cobre, indicando a ocorrência de um fenômeno termoelétrico no interior da peça.

Na época do acidente, o comandante do 8º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) de Tubarão, Marcos Aurélio Barcelos, informou que o hotel estava sem atestado de funcionamento desde 31 de março de 2016. Mesmo sem os documentos, a perícia apontou que o sistema de segurança estava instalado e funcionando normalmente. Com a divulgação do laudo técnico, o inquérito policial pode prosseguir e apontar as responsabilidades pelo acidente.

Relembre o caso

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Na madrugada de 30 abril, por volta das 3h, um incêndio atingiu o Hotel Rech, em Braço do Norte, no Sul do Estado. Segundo os bombeiros, as chamas começaram pelo térreo, na lanchonete do estabelecimento, e a fumaça se espalhou pelos outros quatro andares. Três pessoas morreram por asfixia: Cristina Miranda Schimitt, 59 anos, Alexandre Frontino, 26, e Yasmin Streger, 13. As duas mulheres estavam hospedadas com familiares no hotel, e o homem era professor e morava no local.

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