Apaixonado pelos ritmos folclóricos, colecionador de discos e produtor de músicas sem fronteiras nem preconceitos – como ele próprio se define -, Philippe Cohen Solal é uma das principais atrações do Jurerê Jazz 2016. O francês apresenta seu set nesta sexta-feira, às 22h, no Donna, em Jurerê Internacional.
Continua depois da publicidade
Veja os 6 shows imperdíveis do Jurerê Jazz 2016
6 momentos do Jurerê Jazz para relembrar
Veja lista de atrações gratuitas do festival
Continua depois da publicidade
Mais conhecido como um dos integrantes do Gotan Project, grupo que revitalizou o tango argentino ao misturá-lo com elementos eletrônicos no começo dos anos 2000, Solal também já se aventurou pelos sons brasileiros no duo The Boyz From Brazil, ao lado do suíço Christoph H. Müller. Seu set deve agradar os fãs do eletrotango e apresentar versões elegantes de outros ritmos: ele promete uma viagem sonora por diferentes regiões do planeta.
De férias no Brasil, apesar da apresentação, o DJ e produtor francês respondeu algumas perguntas do DC por e-mail. Confira:
Você tem diferentes projetos. O que podemos esperar do DJ set que você está trazendo para Florianópolis?
Continua depois da publicidade
É verdade que não posso me limitar a apenas um som ou um estilo musical. Eu realmente preciso explorar diferentes campos e gêneros, experimentar para talvez, esperançosamente, criar um novo som. Meu DJ set é um pouco como minha produção, muito eclético, misturando raízes e digital, vintage e futurismo. Bastante inspirador e alegre para uma festa com sorrisos e emoções. Pessoas que adoram a música do Gotan Project ficarão felizes em ouvir nosso som revisitado através de remixes e raridades. Mas eles também devem esperar uma viagem sonora por outros territórios, como Colômbia, México, África do Sul Paris, Londres, Berlim e Detroit. Isso sem mencionar algumas surpresas brasileiras 😉
Sua gravadora, ¡Ya Basta!, já lançou músicos de diferentes estilos, de folk a cúmbia. De onde vem sua paixão por esses ritmos?
Eu criei meu próprio selo para lançar minha música sem precisar da aprovação de nenhuma gravadora ou pessoa além de amantes da música. Quando eu descubro um novo talento, às vezes eu mal posso esperar para lançá-lo e mostrar para o mundo. “Rhythm is a mystery”, já dizia um hit das pistas de dança dos anos 90! Sou fascinado pelo modo como alguns ritmos podem afetar seu corpo e fazer com que ele se mova enquanto outros não o fazem. Mas tenho que confessar que melodias são cruciais para mim e eu adoro criá-las. É um outro mistério ainda maior: como as melodias podem vir para sua mente ou para seus sonhos.
Continua depois da publicidade
O que você tem escutado ultimamente? Algo brasileiro?
Nesses dias, tenho escutado muito The Life of Pablo, do Kanye West, e um pouco de Caetano Veloso. Sou um grande fã de Caetano – ele é um gênio – e é a trilha sonora perfeita para minhas férias em Trancoso. Gosto também de Funk na Caixa, que descobri por meio da compilação Rasteirinhas (graças ao meu amigo e DJ-produtor Daniel Haaksman).
Você tem uma grande coleção de discos de vinil. Quando você começou a coleção e quantos discos tem? Algum favorito?
Comecei a comprar discos quando tinha oito anos – naquela época, singles de 45 rpm – e então LPs por volta dos 10 anos. Todo meu dinheiro ia para música e apenas para música. Hoje, tenho por volta de 15 mil discos em casa. Uma grande sala é dedicada para isso. Um dos meus vinis favoritos é o álbum original de Je t’aime, moi non plus, de Serge Gainsbourg, assinado por ele quando nos encontramos nos anos 80.
Continua depois da publicidade
Seu projeto mais famoso é o Gotan Project. Como foi sua primeira aproximação com o tango?
Descobri o tango escutando Astor Piazzolla, quando tinha 20 anos. Mas eu realmente mergulhei no tango e folclore argentino 20 anos depois, fazendo o Gotan Project. Cada faixa era uma exploração e experimentação dessa música, mixada com batidas e sons eletrônicos. A ideia original do Gotan Project era trazer o tango de volta para as pistas de dança.
Será sua primeira vez em Florianópolis? Vai conseguir curtir a cidade?
Na verdade, será minha segunda vez em Florianópolis, mas gostaria de considerá-la como minha primeira vez, já que choveu o tempo todo durante aquela semana de 2011, durante o Ano Novo. Nós tivemos apenas um dia de sol. Por sorte, descobrimos a Ilha a bordo de um barco e foi maravilhoso. Desta vez, vou passar três dias em Floripa para o festival, então rezo por sol e para poder curtir a cidade em seu melhor 🙂
Agende-se
O quê: DJ Set Philippe Cohen Solal
Quando: sexta (22), às 22h
Onde: Donna (Av. dos Pampos, s/n, Jurerê Internacional, Florianópolis)
Quanto: R$ 100 (masculino) e R$ 60 (feminino), à venda via EccoPass