O sobrinho-neto de Antoine de Saint-Exupéry, Olivier d’Agay, presidente da entidade que detém os direitos autorais da obra do escritor, conheceu o projeto de restauração da casa de pilotos, quando esteve em Florianópolis, em janeiro de 2012. Em uma entrevista por telefone, ele disse que estar aqui é estar em casa. Falou ainda sobre a importância da Aéropostale para a França e para o mundo.

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Diário Catarinense – Como foi estar em Florianópolis?

Olivier d’Agay – Me senti em casa, porque minha família mora no sul da França, em uma cidade chamada Nice. É muito parecido com a costa de Florianópolis. Também, porque o povo é muito agradável. Estar no Campeche é estar em um envolvimento muito familiar, especialmente em relação a Saint-Exupéry e a Aéropostale. Florianópolis para mim é realmente como estar em casa.

DC – O que o senhor achou do projeto de restauração da popote?

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d’Agay – É fantástico, porque quando você vê o projeto, pode enxergar uma simples restauração em uma casa pequena. Mas quando você olha do ponto de vista global, é um projeto internacional, ligando três continentes e muitos países como França, Espanha, Marrocos, Senegal, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile. É um grande projeto cultural, ligando pessoas.

DC – Qual é a importância da Aéropostale para a história da França?

d’Agay – É muito importante, porque foram os pioneiros da aviação civil e os pilotos voaram em máquinas malucas. Também foi importante para o desenvolvimento de ligação entre pessoas. Saint-Exupéry escreveu depois desta experiência na Aéropostale. Esteve no deserto do Saara, no Marrocos, depois disso na Argentina, no Brasil. Então sua obra está cheia dessa experiência.

DC – O senhor acha que é possível ter uma parceria entra a Fundação Exupéry e Florianópolis?

d’Agay – Isso já é real, porque começamos a apoiar um projeto escolar no Campeche (a escola municipal Brigadeiro Eduardo Gomes). Nós patrocinamos professores e aulas de francês. Então já temos um programa apoiado pela Fundação no Campeche.

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DC- Mas podemos ter outros?

d’Agay – Sim, por que não? Poderíamos apoiar outras ações, claro.

DC – Neste ano, o lançamento de O Pequeno Príncipe completa 70 anos. O que vocês estão preparando?

d’Agay – Temos programadas celebrações em Paris, começando em abril. Também haverá celebrações em Nova York, porque o livro foi lançado na cidade, em abril de 1943. Depois, teremos celebrações na Alemanha, na Itália, na Espanha e no Japão. E eu espero que no Brasil também.