Parecia consenso entre os moradores do Saco dos Limões, em Florianópolis. Não teve uma pessoa sequer que não usou a expressão: “o nosso bairro está esquecido”. Não é exagero, não. O pessoal está realmente descontente com o poder público. Na manhã desta quarta-feira, as equipes da Hora e do Jornal do Almoço estiveram no Conselho Comunitário do Saco dos Limões com o projeto Seu Bairro. Ouvimos uma série de reclamações e pedidos de maior atenção à comunidade.

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Lá mesmo no Conselho Comunitário, que conta com uma estrutura grande e que oferece desde aulas de futebol, crochê, tricô, informática e até sessões de terapia gratuitas à comunidade do bairro, há a única creche do bairro, a Nossa Senhora da Boa Viagem. O espaço, conveniado com a Prefeitura mas sob a gestão do conselho, atende 185 crianças de seis meses a seis anos. O valor repassado pelo Município para a creche, afirma o presidente do Conselho, Tadeu de Oliveira, acaba não sendo suficiente.

(Foto: Caroline Stinghen / Agência RBS)

— A Prefeitura diz que é preciso uma contrapartida do Conselho para manter a creche, mas a folha nunca fecha, seja para pagar os funcionários ou para pagar a merenda. O ideal seria mais uma creche, esta do Município, para atender a demanda do bairro — avalia Tadeu.

— Precisamos de um mobiliário novo para a creche. E isto o Conselho, que já faz o trabalho de Estado com a gestão de uma creche, não pode fazer — complementou ainda a coordenadora da creche, Denise Campos Steinmetz.

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O Conselho ainda possui um Ginásio de Esportes que, por falta de dinheiro — que é todo encaminhado à única creche do bairro — está prejudicado e fechado por falta de manutenção. Com a ventania dos últimos dias, as telhas caíram. Segundo o presidente do Conselho, já foi pedido a ajuda para a reforma do espaço esportivo tanto ao Governo Municipal como Estadual, e até para a iniciativa privada. Mas até agora não entrou dinheiro algum.

(Foto: Caroline Stinghen / Agência RBS)

— Poderíamos estar oferecendo mais aulas de esporte gratuitamente às crianças do bairro e tirá-las da ociosidade — avalia Tadeu.

Além da melhoria no ginásio, os moradores lamentam a falta de uma área de lazer no bairro e falta de manutenção de uma única pracinha que existe na comunidade.

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Pontos e horários de ônibus

Diversos moradores reclamaram da situação dos pontos de ônibus do bairro, que mesmo antes da ventania do último dia 4, já estavam em mau estado — conforme reportagem que a Hora já relatou.

A diminuição de horários de linhas do transporte público para o bairro também foi questionada por muitos moradores.

— Só passa ônibus de uma em uma hora para o Centro, e nos fins de semana é pior ainda. E o bairro fica do lado do Centro. Se perder um, é um problema. Sem contar que tem pontos que não tem abrigo, apenas a plaquinha. Minha filha precisa sempre esperar na chuva — observou a aposentada Norma Maria Martins Vieira, de 66 anos.

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Energia elétrica, segurança e obras

As quedas na energia elétrica no Saco dos Limões também foi lembrada por muitos moradores. Melhor atendimento no posto de saúde do bairro também foi questionado. O ex-presidente do Conselho Comunitário, Érico Lúcio Torres Pereira, 69, lembra que a comunidade já precisou realizar um abaixo-assinado para relocar um funcionário do postinho que não atendia bem as pessoas.

— Queríamos só que eles atendessem melhor e que fosse mais rápido. Para fazer um exame de sangue está levando mais de 60 dias _ lamentou o aposentado.

Ele ainda pede por mais policiais nas ruas – coisa que, segundo ele, em épocas passadas ajudou a diminuir o número de assaltos; além de obras e reformas nas vias do bairro, que hoje estão bastante esburacadas, afirma o ex-presidente do Conselho.

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