A inspeção da Vigilância Sanitária no Presídio Regional de Blumenau realizada na manhã desta sexta-feira foi motivada por sete processos que tramitam na Justiça e questionam problemas na unidade, como superlotação e falta de ventilação em determinadas alas. Devido à quantidade insuficiente de agentes penitenciários, a Justiça solicitou o apoio da Polícia Militar (PM) para garantir a segurança dos técnicos.

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O reforço foi necessário porque determinadas alas tiveram de ser esvaziadas para que a vistoria fosse feita. A juíza da 3ª Vara Criminal de Blumenau, Jussara Schittler dos Santos Wandscheer, descartou a possibilidade da interdição total da unidade. Após a análise dos laudos, Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública avaliarão a possibilidade da interdição de algumas alas para que as reformas sejam feitas.

Entenda o caso

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– Não foi uma inspeção mensal. Foi uma vistoria realizada em função desses procedimentos. Temos um número reduzido de agentes penitenciários no presídio. Alguns agentes estavam fora, realizando escoltas para audiências. Por isso, houve a necessidade de solicitar o apoio da PM – explicou a magistrada.

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O presídio de Blumenau já foi considerado a pior unidade do Estado em termos de estrutura e enfrenta problemas de superlotação. Cerca de mil detentos cumprem pena no local, sendo que o espaço foi concebido para abrigar 470. O Instituto Geral de Perícias (IGP) também já esteve no local e coletou informações para finalizar os laudos. Problemas sanitários e irregularidades na cozinha do presídio também são investigados. De acordo com a juíza, alguns processos tramitam há mais de dois anos.

– Estamos com uma superlotação, mas a princípio não seria caso de uma interdição completa – garantiu.

Situação recorrente

Em maio do ano passado o Jornal de Santa Catarina divulgou uma série de três capítulos sobre as condições e problemas enfrentados pelo Presídio Regional de Blumenau. Aspectos como a chocante realidade do presídio, o terror causado pelo PGC fora da cadeia e soluções para problemas foram debatidos pelo Santa. Clique aqui e confira o conteúdo.