Mesmo com indícios de chuva na manhã desta quinta-feira, centenas de servidores municipais se reuniram em frente à Prefeitura de Joinville para manifestação. Na pauta da paralisação, marcada para as 9 horas, estavam reivindicações que iam de melhores condições de trabalho, como a reposição de equipamentos de proteção individual (EPIs) até a solução para a escassez de merendas em escolas municipais.

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Para Ulrich Beathalter, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej), funcionários de diversas frentes de trabalho (como obras, saúde e educação) informaram ao sindicato, além da falta de EPIs, a ausência de materiais básicos e de pessoal para o exercício das funções em diversas unidades.

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A falta de investimento está impactando diretamente a saúde dos trabalhadores. A qualidade dos serviços públicos prestados à comunidade também foi prejudicada, ressalta o presidente, já que a falta de mão de obra e de ferramentas laborais impossibilita aos servidores de exercerem as atividades adequadamente.

– Professores estão trabalhando mais do que deveriam. Com menos funcionários na saúde, eles precisam atender a mais pacientes, por exemplo. Ainda há falta de medicamentos, falta de merenda. O governo municipal está destruindo, aos poucos, o serviço público – afirma.

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A Prefeitura, por meio de nota, informou que a paralisação do Sinsej resultou na limitação de atendimentos em algumas unidades da saúde, que tiveram o registro de 704 servidores de braços cruzados. Na Educação, houve a adesão à manifestação de 716 servidores. O atendimento está mantido em todas as estruturas e não há dispensa dos alunos.

Ademar Naser é colaborador do município há 22 anos. Atualmente, o servidor trabalha na Subprefeitura Sul, no bairro Guanabara. Para ele, a falta de condições laborais adequadas, principalmente na questão da ausência de itens de segurança, como luvas e perneiras, dificulta o trabalho porque traz risco à saúde.

— Faz tempo que a Prefeitura não repõe o nosso uniforme e equipamento de proteção. Nós precisamos de condições boas para trabalhar, muitos têm famílias e filhos pequenos — aponta.

Ao final da manhã, o sindicato decidiu junto aos servidores por deflagrar greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, dia 2. A concentração irá começar às 9 horas, novamente em frente à Prefeitura.

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A categoria também reivindica a manutenção da jornada atual de trabalho sem prejuízo de remuneração para todos os servidores. Trabalhadores do Caps III estão paralisados há 13 dias, conforme o sindicato, pela intransigência do governo em ampliar a jornada de trabalho sem reajuste salarial.

Também por meio de nota, a Prefeitura informa que não há razões para a paralisação do Sindicato dos Servidores. Mesmo com a crise econômica, o município garantiu o reajuste à categoria, os salários estão sendo pagos em dia, e benefícios, como o vale-alimentação, estão garantidos, e o 13º salário, assegurado. A Prefeitura está aberta ao diálogo e espera que haja o entendimento dos esforços do município em continuar honrando com o pagamento em dia dos salários e benefícios aos servidores e que a população não seja prejudicada pela paralisação

De acordo com Ulrich, uma reunião de negociação havia sido marcada com governo municipal nesta semana, mas foi remarcada para 3 de outubro pela Prefeitura. Além dos servidores municipais, o ato contou com o apoio de movimentos estudantis e de outros sindicatos. Conforme o Sinsej, cerca de 3 mil pessoas aderiram à paralisação nesta manhã.

Servidores fazem manifestação em frente à Prefeitura de Joinville

Manutenção da jornada atual de trabalho, sem prejuízo da remuneração, para todos os servidores, em particular aos lotados no Caps III (ameaçados de jornada de 44 horas semanais), com a supressão do § 2º do Art. 1º da Lei 435/2015.

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— Garantia de manutenção do recesso de final de ano em todas as unidades que tradicionalmente gozam deste período, inclusive no Ambulatório e CCA do Hospital São José.

— Pagamento de abono aos servidores que trabalharem durante o recesso.

— Fornecimento imediato de uniformes, EPIs, materiais e equipamentos em quantidade e qualidade suficiente para todos os setores, iniciando pelas unidades operacionais das Subprefeituras, D.O., Horto Florestal, Cozinheiras e demais unidades da Seinfra.

– Revisão da regulamentação da hora-termo, com garantia da remuneração dessa hora complementar pelo valor da hora-aula atual do professor.

— Pagamento imediato do rateio do Pmaq a todas as equipes contratualizadas, seguindo os critérios estabelecidos no exercício anterior.

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— Suspensão imediata dos descontos arbitrários e ilegais promovidos nas folhas de pagamento dos servidores, decorrentes da aplicação da normativa 001/2017, com a devolução imediata dos valores descontados, anulação das faltas injustificadas e revogação da respectiva normativa.

— Manutenção do pagamento integral do adicional de insalubridade dos coveiros.

— Reposição imediata dos profissionais faltantes nas unidades.

— Revogação da portaria que suspendeu a licença-prêmio, a transformação de 1/3 de férias em pecúnia e o abono natalino, com a apresentação de calendário de retomada desses benefícios.

— Fim do assédio moral e perseguição política em toda a rede, com a regulamentação da lotação e transferência dos servidores.