A população de Biguaçu, na Grande Florianópolis, aguarda ansiosa o funcionamento do hospital da cidade há um ano, mas só na manhã desta quarta-feira, 26, aconteceu a solenidade de inauguração. Na quinta, começam gradativamente os atendimentos – começando pela parte ambulatorial. A expectativa é atender 400 pessoas do próprio município que já tinham consultas marcadas nos postos de saúde.

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Um dos maiores entraves para o início do funcionamento do Hospital de Biguaçu foi a falta de repasse de recursos federais para manutenção das atividades. Sobre o assunto, confira a entrevista concedida à Hora pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Hora – Por que a assinatura da portaria que garante o volume de recursos necessário demorou tanto? Em quanto o Ministério da Saúde poderá se comprometer com o Hospital de Biguaçu?

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde liberou R$ 4,9 milhões para compra de equipamentos para o Hospital Regional de Biguaçu o que, de forma concreta, viabilizou a abertura do Hospital. Cabe destacar que, além do valor já repassado, o Ministério

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da Saúde irá liberar, nesta primeira etapa, o valor de R$ 1,2 milhão por mês, que será acrescido ao Teto de Média e Alta Complexidade do município. O recurso será destinado para garantir o pagamento mensal de custeio do hospital, que deverá ser repassado a partir do início dos atendimentos. Ao todo, serão R$ 14,8 milhões/ano.

Quando da integralização das ações assistências do hospital serão acrescidos R$ 282,3 mil por mês, assegurando repasse anual de R$ 3,3 milhões. A Secretaria de Saúde de Santa Catarina se comprometeu em repassar R$ 1,09 milhão para viabilizar as compras e contratações mínimas, assegurando o início dos trabalhos na data de inauguração.

Apesar de ser construída com a promessa de desafogar o atendimento em saúde da Grande Florianópolis, essa unidade de Biguaçu vem sendo bastante criticada por atender de “portas fechadas”. O modelo de urgência e emergência referenciadas pode dar certo e cumprir a expectativa?

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Esta questão é uma discussão local, que envolve a Secretaria de Saúde do Estado e os municípios. Para esta decisão deve ser levado em consideração o desenho da Rede de Saúde já existente da macrorregião da Grande Florianópolis para que se possa ter uma posição clara para implantação da Rede de Atenção à Saúde, garantindo o acesso com qualidade a todo cidadão catarinense. Desta forma, a proposta do governo do Estado é que o Hospital Regional de Biguaçu faça comunicação com outras três importantes unidades hospitalares da região, por meio de uma rede de atendimento.

O governo do Estado anunciou, na semana passada, um novo modelo de gestão dos hospitais da Grande Florianópolis, que cria especialidades em cada unidade, principalmente para as cirurgias eletivas. É um bom caminho a ser seguido?

Com a inauguração do Hospital Regional de Biguaçu é possível reorganizar os serviços de saúde ofertados na macro região da Grande Florianópolis, que reúne 22 municípios. A ideia é integrar o atendimento dos hospitais referenciados, dividindo ou até mesmo transferindo o atendimento de outras instituições hospitalares. Isso, sem dúvida, vai agilizar os atendimentos de casos mais graves na rede referenciada e desafogar os atendimentos de casos menos graves.

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