Comerciantes e os produtores de peixe de Jaraguá do Sul apostam em um crescimento entre 40% a 60% nas vendas de peixes de água doce e salgada durante a Semana Santa. Um dos estabelecimentos mais conhecidos, o Sereias, está calculando um aumento de mais de 50% para as vendas neste período.
Continua depois da publicidade
– Os peixes do mar são as principais escolhas dos consumidores, pois o valor é mais baixo. Entre eles, está a merluza, o salmão, o linguado e até o camarão – afirma a sócia-proprietária Neiva Reich.
Já os produtores da região apostam no sabor da tilápia, peixe de água doce. Na Associação Jaraguaense de Aquicultores (AJA), que vende seus produtos no Mercado Municipal, a expectativa é de que o aumento das vendas deve chegar a 40%. Segundo o presidente, Idaclécio José Machado, os clientes buscam produtos práticos. Por isso, as vendas de filés de peixe e filés empanados são o que mais se comercializa.
– Atualmente, os consumidores buscam praticidade. A pior parte é limpeza do peixe, por isso, o file pronto e até mesmo empanado são nossas principais vendas – explica Machado.
Continua depois da publicidade
>>> Leia mais notícias da região
Os peixes mais vendidos pela AJA são tilápia, pescada, merluza, salmão, congrio e camarão. Na pesquisa do órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Jaraguá do Sul, divulgada na semana passada, o filé de pescada mais barato foi encontrado por R$ 9,78 o quilo com variação de até R$ 21,96. Já o salmão mais barato estava custando R$ 22 e a merluza, R$11,90. A tradicional tilápia variou de R$ 20,90 a R$ 39,98 o quilo.
Made in Jaraguá
Atuando há 16 anos na região, Associação Jaraguaense de Aquicultores (AJA) vende anualmente 60 toneladas de peixes, produzidos por 28 piscicultores. O principal produto é a tilápia, peixe que se adapta fácil ao clima local e que fica pronto para o consumo em dez meses. Entretanto, a produção também envolve carpa capim, traíra, jundiá e carpa, mas em menor escala.
– Vendemos o que tem saída no mercado. E, na nossa região, conseguimos vender a tilápia, para a merenda escolar e no nosso ponto de venda, o Mercado Público. Nosso principal produto é o filé de tilápia, pelo sabor daquela carne – conta o presidente da entidade, Idaclécio José Machado.
Continua depois da publicidade
A rotina da produção da AJA é feita com um cronograma bem elaborado. É preciso agendar a retirada dos peixes que serão transportados para o abatedouro. Primeiro chegam os caminhões com gelo. Depois, os peixes são levados para o abatedouro, onde são cortados, embalados, etiquetados e, por fim, distribuídos.
– Hoje fazemos o corte de peixes três vezes por semana. As próprias criações das lagoas são esquematizadas para que haja peixe no peso ideal o ano todo. A AJA faz todos os processos, desde a produção até a venda – relata Machado.
O presidente trabalha com peixes há 11 anos e afirma que se não houvesse tanta burocracia a AJA poderia expandir as vendas paras os municípios vizinhos. Eles esperam a documentação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animais para convidar mais produtores a trabalhar com a associação. Segundo Machado, a Prefeitura de Jaraguá do Sul prometeu ajudar a associação com a parte burocrática.
Continua depois da publicidade
No município, existe em torno de 500 produtores, mas apenas 50 vivem da pesca e a maioria como cultivo secundário, segundo engenheiro agrônomo da Prefeitura, Jackson Haroldo Schütz. Ele destaca que o Vale do Itapocu é propício para piscicultura, pois é uma região cortada por rios e de clima quente.