Sem um acordo entre democratas e republicanos para aprovação do Orçamento federal, grande parte dos serviços públicos dos Estados Unidos será paralisado a partir desta terça-feira. O Congresso americano precisava aprovar, até a meia-noite de segunda-feira, uma permissão para gastos do governo. Isto porque, o ano fiscal tem início em 1º de outubro.
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Com o impasse no Senado, principalmente provocado pela reforma na saúde, a maior potência mundial deverá manter funcionando apenas serviços essenciais a partir desta terça-feira.
Entenda o que está ocorrendo nos Estados Unidos:
QUAL É O PROBLEMA
– Há uma combinação de fatores pressionando as finanças públicas nos EUA. Nesta terça-feira, começa o novo ano fiscal no país, a partir do qual o governo tem uma meta de orçamento a cumprir, com menos gastos. Para que isso seja possível, algumas medidas entram automaticamente em vigor, como a redução da prestação de serviços públicos e o corte de pessoal em determinados segmentos.
– A última vez em que uma paralisação ocorreu foi no final de 1995 e durou 21 dias, com um impasse entre o presidente democrata Bill Clinton e o líder republicano Newt Gingrich. A solução foi um acordo bipartidário para um orçamento de sete anos, que mesclou aumento de impostos com cortes de gastos.
– Segundo analistas independentes, a situação é mais resultado de uma disputa política do que de questões financeiras. Dominada pelos republicanos de oposição ao governo democrata de Obama, a Câmara dos Representantes (deputados) condicionou a aprovação da manutenção do orçamento ao adiamento da lei de atendimento à saúde, que ficou conhecida nos EUA como Obamacare.
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– Republicanos queriam diluir ou adiar os efeitos dessas regras, mas Obama e os democratas não aceitaram.
– As divergências políticas se acentuam sob o risco de moratória, já que, em 17 de outubro, o governo terá de enfrentar o problema do teto da dívida e precisa negociar com o Congresso.
– Para que o Departamento do Tesouro continue a emitir títulos – na prática, uma forma de endividamento -, será preciso elevar outra vez o limite máximo previamente estipulado.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS
1. No mundo
– Nos mercados: nesta segunda-feira, bolsas de valores e cotações de moedas foram abaladas pela perspectiva de redução da atividade do setor público nos EUA. A queda mais forte ocorreu na Bolsa de São Paulo (Bovespa), que fechou com baixa de 2,61%.
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– Nos vistos: a exemplo do que ocorreu em 1995, os EUA devem reduzir a emissão de vistos, afetando potenciais turistas, viagens de negócios e de estudos ao país. Além de prejuízos à economia americana, caso se repita o corte na concessão de vistos de até 30 mil ao dia, vários outros países podem ser impactados pela medida. Na segunda-feira, o Escritório de Assuntos Consulares afirmou que os serviços serão mantidos de forma limitada por um “breve período de tempo”.
2. Nos EUA
– Projeções com base no que ocorreu em 1995 estimam prejuízos semanais de US$ 8 bilhões.
– Suspensão de salários pode abranger até 800 mil funcionários públicos. Algumas agências serão mais afetadas, como a Nasa, que pode ter até 97% de seu pessoal em licença não remunerada. Esse percentual pode chegar a 93% na Agência de Proteção Ambiental e 87% no Departamento de Comércio.
Coleta de lixo
– Na capital, Washington, até a coleta de lixo seria afetada, com previsão de ser suspensa uma semana após o início da paralisação.
– As instituições públicas serão fechadas por tempo indeterminado, como a Estátua da Liberdade, o Zoológico Nacional e o complexo Smithsonian.
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