Eram 15 minutos do primeiro tempo e o placar marcava 1 a 0 para o Atlético-PR sobre o Vasco quando as arquibancadas da Arena Joinville, que deveriam ser palco de torcedores, se transformaram em um ringue de vândalos. Parte da torcida das duas equipes partiu para o confronto direto, espalhando pânico entre os que estavam ali para assistir o que era para ser só uma partida de futebol.

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Quem estava no estádio não sabe exatamente como a confusão começou. A protética Roseane Larsen, de 23 anos, veio de Blumenau torcer pelo Vasco. Ela só se deu conta da gravidade da situação quando alguns torcedores que estavam próximos dela saíram correndo ao encontro dos rivais. Na confusão, chegou a cair depois de ser empurrada por pessoas que tentavam desesperadamente deixar o estádio.

– Não havia policiais, cordões de isolamento, mas havia pedaços de pau com pregos na ponta… não dá para acreditar! – escreveu, mais tarde, em sua conta no Facebook.

Era a primeira vez que Roseane ia a um estádio de futebol. Se depender dela, foi também a última.

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– Não me importo se o Vasco foi rebaixado. Hoje foi triste. Isso faz a gente perder a graça de certos prazeres da vida. Futebol, pra mim, era um deles.

O estudante de direito Rodrigo Correa Bezerra da Costa, também de 23 anos, conta que antes mesmo do início da partida o clima nos arredores do estádio era de tensão por causa da importância do jogo – o Atlético-PR tinha de vencer para garantir vaga na Libertadores, enquanto o Vasco precisava da vitória para escapar do rebaixamento.

– Nós ouvimos para ter cuidado, porque o jogo era perigoso. Quando a confusão começou, não sabíamos o que fazer. Todo mundo se sentiu acuado – diz.

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Assim que o confronto teve início, Rodrigo ficou com medo de sair do estádio porque ouviu falar que havia mais brigas do lado de fora.

– Tinha gente com criança. É complicado – lamenta.

Torcedora do Atlético-PR, a publicitária Anne Borges, de 27 anos, não sabe o que motivou a confusão. Segundo ela, havia um clima saudável de provocações entre vascaínos e atleticanos do lado de fora da Arena antes do começo da partida. Nada, porém, que justificasse o que ocorreu mais tarde, já dentro do estádio.

– Vi pessoas sendo agredidas com barras de ferro. Foi pavoroso.

Parte da torcida da equipe paranaense deixou a Arena apenas por volta das 21 horas, quando a situação já era mais tranquila.

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