A Arxo, empresa de Balneário Piçarras investigada na nona fase Operação Lava-Jato, emitiu novo comunicado na tarde desta quinta-feira. A nota confirma o nome dos dois detidos durante a manhã e informa que o outro sócio da empresa, João Gualberto Pereira, se apresentará à Polícia Federal em Curitiba (PR) na tarde de sexta-feira, quando chegar de viagem dos Estados Unidos.

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Confira a íntegra do texto:

“Em função das recentes notícias veiculadas na imprensa, a direção da ARXO Industrial do Brasil esclarece que foi alvo de uma operação da Polícia Federal e da Receita Federal, nesta quinta-feira, para busca e apreensão de documentos contábeis da empresa dentro da chamada operação Laja-Jato.

A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário. Durante a operação, todos os serviços da área administrativa da companhia foram suspensos, sendo mantida apenas a produção do parque fabril. Os trabalhos voltam a normalidade sexta-feira.

Na operação, também foram detidos temporariamente para prestar esclarecimentos o diretor financeiro da empresa, Sérgio Marçaneiro, e o sócio-proprietário, Gilson Pereira. O procurador jurídico da companhia, Charles Zimmermann, esclarece que João Gualberto Pereira, também proprietário da empresa que estava em viagem aos Estados Unidos, será apresentado à Polícia Federal, em Curitiba, sexta-feira à tarde.

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– Nós apenas estamos prestando esclarecimentos à polícia e contribuindo o trabalho de investigação -, enfatiza o advogado.

Zimmermann explica que, quando há um contrato, a operação da Polícia Federal inclui a busca e apreensão dos documentos e ouvir as pessoas responsáveis pela empresa.

– Havendo indícios de fraude, o que não é o caso da ARXO que está tudo contabilizado, é apurado o tipo de crime praticado -, esclarece.

O dinheiro encontrado no cofre era para pagamentos da empresa”.

A operação na Arxo

Desde às 7h desta quinta-feira, pelo menos seis agentes da Polícia Federal que atuam na Operação Lava-Jato estão na Arxo, que fica na BR-101 em Balneário Piçarras, região Norte de Santa Catarina. Uma equipe da Receita Federal também está no local. A empresa que produz equipamentos de armazenagem e transporte de combustíveis tem ligações com a BR Distribuidora e é suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro e pagamento de propinas.

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Os policiais chegaram em quatro viaturas antes do início do expediente e proibiram o acesso dos cerca de 50 funcionários do setor administrativo, com exceção de oito trabalhadores que atuam nas áreas de finanças e de contabilidade. Os 200 funcionários da produção trabalham normalmente.

Segundo um funcionário da empresa que saiu para o almoço, policias estão dentro da Arxo, mas boa parte dos colegas dele, assim como ele, não faz ideia do que está acontecendo.

Agentes da PF chegaram a informar que não houve prisões no local nesta manhã, mas as informações oficiais só serão fornecidas pelo delegado, que está dentro da Arxo e ainda não falou com a imprensa. Por volta das 12h50, uma viatura deixou a empresa com um funcionário do setor financeiro no banco traseiro.

É a primeira vez que a Polícia Federal entra na empresa e a expectativa é de que os trabalhos durem até o fim do dia. No início da tarde, os agente pegaram a chave de um cofre onde há equipamentos de informática.

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A Arxo fornece tanques para combustíveis para a Petrobras desde 2003. A empresa emitiu uma nota na qual informa que pretende contribuir com os trabalhos da polícia.

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Prisões

Esta é a nova fase da Operação Lava-Jato desde o início das investigações. Das quatro prisões decretadas, três foram para cumprimento em Santa Catarina. Duas pessoas foram presas em Itajaí e uma se encontra no exterior, por isso não foi detida pelos agentes. Todas são ligadas a Arxo. A quarta pessoa, do Estado da Bahia, segue sendo procurada.

Os crimes dos quais pessoas da Arxos são suspeitas teriam sido cometidos até o ano passado, uma diferença em relação a outras fases da Lava-Jato – que apurou crimes ocorridos em 2010 e anos próximos à essa data.

A denúncia contra fraudes envolvendo a distribuidora da Petrobras teria partido de um colaborar que procurou a PF. As ações em Santa Catarina tem como objetivo encontrar provas materiais que possam comprovar as denúncias que chegaram ao conhecimento dos policiais.

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Na busca a apreensão realizadas pelos agentes, foi apreendido um grande volume de dinheiro na empresa. Das duas pessoas detidas, uma seria um dos sócios da Arxo e a outra um diretor da companhia, informou o portal G-1.

Os presidentes da empresa são os irmãos João Gualberto Pereira Neto e Gilson João Pereira, presidentes da Arxo. A reportagem ainda não conseguiu confirmar o nome do diretor. A PF, na coletiva realizada em Curitiba, não divulgou nenhum dos nomes das pessoas com madado de prisão.

Os dois presos durante a operação teriam sido levados diretamente para Curitiba. Um dos alvos dos mandados de condução coercitiva – funcionário da ARXO – foi encaminhado à delegacia da PF, em Itajaí, prestou depoimento e, em seguida, foi liberado.

Ações em SC

A Polícia Federal cumpre 26 mandados – 16 de busca, 7 de condução coercitiva e 3 de prisão temporária – em Santa Catarina, na manhã desta quinta-feira. A ação faz parte de mais uma fase da Operação Lava-Jato.

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Os mandados foram cumpridos nas seguintes cidades:

– Itajaí: 8 mandados de busca, 5 de condução coercitiva e 2 de prisão temporária;

– Balneário Camboriú: 3 mandados de busca, 1 de prisão temporária e 1 de condução coercitiva;

– Piçarras: 2 mandados de busca;

– Navegantes: 1 mandado de busca e 1 mandado de condução coercitiva;

– Penha: 1 mandado de busca;

– Palmitos – 1 mandado de busca.

No país

Além de Santa Catarina, a operação foi realizada em outros três Estados. Em São Paulo os agentes cumprem 12 mandados, 21 no Rio de Janeiro e três na Bahia. Ao todo, foram ou estão sendo cumpridos 62 mandados em todo país. A Polícia Federal disse que busca até 11 operadores de esquemas de desvios de dinheiro público ocorridos na Petrobras.

Acompanhe ao vivo informações sobre a Operação Lava-Jato:

De acordo com o jornal Estado de São Paulo, um dos mandados de condução, quando a pessoa é levada para depor, é contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A PF também estaria fazendo busca e apreensão na casa do petista.

Segundo a PF, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos, das informações passadas por um dos investigados e da denúncia de uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas. Os investigados devem responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava-Jato é uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de recursos da Petrobras e envolve servidores públicos, políticos e empresários.

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Os fatos que marcaram a operação: