Uma grande empresa de Santa Catarina é o principal foco de atuação da Polícia Federal nesta nova fase da Operação Lava-Jato, a nona desde o início das investigações. Das quatro prisões decretadas, três foram para cumprimento no Estado. Duas pessoas foram presas em Itajaí e uma se encontra no Exterior, por isso não foi detida pelos agentes – os três têm ligação com a empresa Arxo, de Piçarras, no litoral catarinense. A quarta pessoa era procurada no Rio de Janeiro.
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De acordo com a PF, a empresa Arxo, que produz equipamentos de armazenagem e transporte de combustíveis, tem ligações com a BR Distribuidora e há suspeitas de que teria envolvimento com lavagem de dinheiro e pagamento de propinas.
Os crimes teriam sido cometidos até o ano passado, uma diferença em relação a outras fases da Lava-Jato – que apurou crimes ocorridos em 2010 e anos próximos a essa data.
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9ª fase da operação
A denúncia contra fraudes envolvendo a distribuidora da Petrobras teria partido de um colaborador que procurou a PF. As ações em Santa Catarina têm como objetivo investigar contrato de caminhão tanque para abastecimento de aeronave com combustível BR Aviation, da BR Distribuidora, no valor de R$ 80 milhões.
O contrato duraria 18 meses, num total de 80 caminhões. O primeiro lote seria entregue nos próximos dias, segundo informações do advogado da empresa, Charles Zimmermann.
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A PF cumpriu mandado de detenção para colher depoimento dos fundadores donos da empresa: Gilson Pereira e João Pereira, que está voltando dos Estados Unidos na noite desta quinta-feira e deve chegar em Curitiba por volta das 14 horas desta sexta-feira.
O diretor financeiro da Arxo, Sérgio Marçaneiro, também irá para Curitiba.
Um dos alvos dos mandados de condução coercitiva – funcionário da Arxo – foi encaminhado à delegacia da PF, em Itajaí, prestou depoimento e, em seguida, foi liberado.
Durante o mandado de busca e apreensão de documentos, a Polícia Federal encontrou grande quantidade de dinheiro vivo no cofre. Segundo a empresa, este dinheiro seria destinado ao pagamento de funcionários. O valor ainda não foi divulgado pela PF.
Buscas em empresa de Piçarras
A empresa Arxo, que atua no fornecimento de tanques para armazenamento de combustíveis e na produção de caminhões tanque, instalada no município de Piçarras, é uma das que recebeu a autuação da PF para apreensão de documentos.
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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Arxo emitiu um comunicado em que informou que o setor administrativo da empresa está com atividades suspensas, no momento, para que os profissionais possam prestar informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal.
Ações em SC
A Polícia Federal cumpriu 26 mandados – 16 de busca, 7 de condução coercitiva e 3 de prisão temporária – em Santa Catarina, na manhã desta quinta-feira. A ação faz parte de mais uma fase da Operação Lava-Jato. Cerca de 50 policiais federais participaram da operação, metade de Itajaí, metade do Paraná. Os agentes catarinenses fizeram apenas cumprimento de mandados de busca e de condução coercitiva.
Os mandados foram cumpridos nas seguintes cidades do Estado:
– Itajaí – 8 mandados de busca, 5 de condução coercitiva e 2 de prisão temporária;
– Balneário Camboriú – 3 mandados de busca, 1 de prisão temporária e 1 de condução coercitiva;
– Piçarras – 2 mandados de busca;
– Navegantes – 1 mandado de busca e 1 mandado de condução coercitiva;
– Penha – 1 mandado de busca;
– Palmitos – 1 mandado de busca.
Além de Santa Catarina, a operação foi realizada em outros três Estados. Em São Paulo, os agentes cumprem 12 mandados, 21 no Rio de Janeiro e três na Bahia. Ao todo, foram ou estão sendo cumpridos 62 mandados em todo país. A Polícia Federal disse que busca até 11 operadores de esquemas de desvios de dinheiro público ocorridos na Petrobras.
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De acordo com o jornal Estado de São Paulo, um dos mandados de condução, quando a pessoa é levada para depor, é contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A PF também estaria fazendo busca e apreensão na casa do petista.
Segundo a PF, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos, das informações passadas por um dos investigados e da denúncia de uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas. Os investigados devem responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A origem da investigação: tudo começou no posto
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Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava-Jato é uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de recursos da Petrobras e envolve servidores públicos, políticos e empresários.
Os fatos que marcaram a operação:
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