Os arquivos de áudio gravados por “A Notícia” durante as escutas telefônicas que revelaram diálogos entre detentos do sistema prisional catarinense em um serviço de bate-papo serão encaminhados pela Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania ao Instituto Geral de Perícias (IGP) e também à Polícia Federal.
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VÍDEO: Escute as conversas gravadas pelo A Notícia
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Especialistas analisarão o conteúdo para confirmar a procedência das escutas e o contexto dos diálogos ouvidos durante uma semana pela reportagem, disse nesta segunda a secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca.
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Em coletiva à imprensa para tratar do assunto, em Florianópolis, ela reconheceu que a comunicação entre presos por celular é assunto “gravíssimo” e garantiu que a denúncia será apurada com transparência.
Conforme a secretária, só haverá pronunciamento oficial depois que as análises forem concluídas.
– Será um grande serviço à sociedade caso isso seja provado -, destaca.
Perguntada sobre a necessidade de instalação de bloqueadores de sinal de celular nas unidades prisionais do Estado, Ada de Luca manteve a posição de que a implantação do sistema é cara e esbarra na burocracia.
Uma das justificativas seria de que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é bastante rigorosa por causa do alcance dos bloqueadores na vizinhança das unidades prisionais.
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– Não adianta sairmos por aí colocando bloqueadores e, em seguida, eles serem desativados, como já ocorreu -, argumenta.
Nenhuma ação imediata de repreensão ao uso de celulares nas celas, como operações pente-fino, foi anunciada. A posição da secretária é de que medidas de segurança não devem ser antecipadas à imprensa.
Ada de Luca destacou apenas que o Estado está atento ao problema dos celulares nas prisões e que há revistas diárias para reprimir a entrada dos aparelhos. Em 2011, teriam sido apreendidos 305 celulares em cadeias no Estado. Neste ano, 69.
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Na entrevista coletiva desta segunda, também foi divulgado que alguns presídios experimentam o uso de scanner pessoal, mas cada um custa R$ 2,5 milhões e o Estado precisaria de pelo menos 53 deles. Ainda seria considerado o risco pela emissão de descargas que podem provocar doenças, a exemplo da exposição de trabalhadores que lidam com aparelhos de raios X.
Em viagem nesta segunda a São Paulo, o governador Raimundo Colombo preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Diretor do Presídio Regional de Joinville, Cristiano Teixeira da Silva informou que recebeu orientações do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) e da secretaria em relação à denúncia do uso de celulares na unidade. Mas disse não estar autorizado a revelar que medidas seriam essas.
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* Colaborou Ângela Bastos.