A revelação de que detentos de diferentes unidades prisionais catarinenses falam livremente em um serviço telefônico de bate-papo, usando aparelhos celulares dentro das celas, foi recebida com espanto pela cúpula do sistema penal no Estado.
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VÍDEO: Escute as conversas gravadas pelo A Notícia
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A Notícia publicou uma sequência de diálogos entre presos na edição de domingo do jornal impresso e no online, resultado de mais de 20 horas de escutas.
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Ao serem procurados pela reportagem, tanto a secretária do Estado de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, quanto o diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional, Leandro Soares Lima, afirmaram que precisariam analisar o conteúdo das gravações detalhadamente antes de se pronunciarem sobre o assunto.
Ao ser questionada sobre a facilidade com que os presos se comunicam em um canal aberto, Ada se mostrou incrédula:
– Isso é mentira. Se comunicar em uma sala de bate-papo por telefone.
Mas a secretária reconhece que o acesso aos celulares é um problema nacional, e que, mesmo sem garantir datas, trabalha com a possibilidade de implantar um sistema de bloqueio de sinal em Joinville até julho.
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Esse é o prazo que o juiz da 3ª Vara Criminal de Joinville, João Marcos Buch, espera ver cumprido para a instalação da tecnologia. No dia 29, ele enviou ofício ao diretor da Penitenciária, Richard Harrison dos Santos, que já conhece o sistema, e ao diretor do Presídio Regional, Cristiano Teixeira da Silva, exigindo a implantação de um sistema de bloqueio de sinal no presídio igual ao que já funciona na penitenciária.
A execução do projeto depende do aval da Secretaria de Justiça e Cidadania. O titular da 3ª Vara Criminal ainda aguarda resposta.
– O prazo para que tudo esteja funcionando é até julho. Caso contrário, a saída será uma ação civil pública -, cobra.
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É o que também diz o promotor Hélio Sell Júnior.
A secretária Ada de Luca reafirma que, de acordo com as prioridades, a primeira cidade a receber o sistema seria Florianópolis. Depois, Joinville.
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