O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse nesta sexta-feira, que vai instaurar um procedimento administrativo para apurar as declarações dadas à imprensa pelo coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar. Na quarta-feira, Dimas disse que a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, morta na segunda-feira na zona norte de São Paulo com o marido (sargento da PM), o filho, a tia e a mãe, havia feito denúncias sobre o envolvimento de policiais com roubo a caixa eletrônico.

Continua depois da publicidade

– Nós não tínhamos conhecimento do fato que ele falou. A Corregedoria não tinha essa denúncia. O Comando Geral não tinha essa denúncia e, ao que consta, ele também não tinha essa notícia – disse Grella. – Ele vai ter que se explicar por que ele falou. Foi instaurado um procedimento, a nosso pedido, no Comando Geral para que esse fato seja apurado. Já que ele falou, ele tem de explicar.

Leia mais:

> Relatos contraditórios da PM ampliam dúvidas sobre autoria de chacina de família

> “Incompreensível”, diz escola sobre acusação de menino que teria matado familiares em SP

Continua depois da publicidade

> Casa de família morta na Zona Norte de SP amanhece pichada

Sobre a investigação, o secretário afirmou que as apurações estão abertas para informações que levem a diferentes hipóteses:

– Todos os dados e informações estão sendo checados. Nenhuma linha de investigação está sendo excluída, mas, até agora, esse trágico evento vem se confirmando na linha de homicídio seguido de suicídio.

A principal suspeita da polícia é de que Marcelo Eduardo Pesseghini, de 13 anos, matou a mãe, o pai, Luiz Marcelo Pesseghini, a tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, e a avó, Benedita Oliveira da Silva. Depois, teria cometido suicídio. Quatro pessoas foram ouvidas nesta sexta-feira: duas professoras da escola onde Marcelo estudava e dois filhos de Bernardete.

– Durante o dia de ontem, não houve nenhuma declaração que mude a linha das investigações – afirmou o delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável por conduzir o inquérito.

Continua depois da publicidade

Na quinta-feira, um soldado da PM amigo da família disse aos investigadores que o pai do garoto, Luiz Marcelo Pesseghini, havia ensinado o filho atirar. Segundo o soldado, ele levava o filho em um estande de tiros em Pedreira, na zona sul de São Paulo. A mãe também havia ensinado o menino a dirigir. Ontem também esteve no DHPP o promotor criminal Norberto Jóia, designado para acompanhar as investigações policiais.