Em Santa Catarina, 5.623 doses da vacina contra o HPV foram aplicadas em meninos de 12 a 13 anos pela rede pública de saúde nos primeiros dois meses de 2017. Isso representa apenas 5% do total de 111 mil adolescentes dessa faixa etária no Estado que devem ser imunizados neste ano. Até o ano passado, este tipo de imunização era feita somente em meninas.

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A gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde,Vanessa Vieira da Silva, afirma que o resultado parcial está acima do esperado, considerando o período de férias escolares e também pelos números de fevereiro ainda não estarem fechados. A expectativa, acrescenta Vanessa, é que a procura seja intensificada a partir de março, quando o Ministério da Saúde lançará uma campanha publicitária específica para estimular a vacinação do HPV em meninos e meninas.

— Os municípios também podem buscar parcerias locais com as escolas, por exemplo, para a ampliação dessa cobertura vacinal — aconselha Vanessa.

O maior desafio é que os adolescentes voltem para tomar a segunda dose, essencial para a imunização completa. O esquema vacinal contra HPV é de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas.

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Entre as meninas, foram aplicadas 4.213 doses, sendo que cerca de 90 mil devem ser vacinadas neste ano. Meninas entre 9 e 14 anos podem receber as doses em qualquer posto de saúde do Estado.

Com a imunização, os adolescentes ficam protegidos contra os cânceres de pênis, garganta e ânus e verrugas genitais, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 até 13 anos de idade.

O Ministério da Saúde decidiu incluir os meninos no programa nacional de vacinação contra o HPV no ano passado, e o Brasil tornou-se o sétimo país a adotar essa estratégia de saúde pública, igualmente utilizada nos Estados Unidos, na Austrália, na Áustria, em Israel, em Porto Rico e no Panamá. A decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia e Ginecologia, além de DST/AIDS e do mais importante órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices).

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Outra mudança no calendário para adolescentes

Outra mudança no Calendário Vacinal deste ano para adolescentes é a vacina meningocócica C (conjugada) para adolescentes de 12 a 13 anos. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes com 9 anos até 13 anos. A meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. Em Santa Catarina são 216.948 adolescentes. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal.

— É importante ressaltar que, dos quatro subtipos, a meningite C é o mais frequente da doença em todo o país. Em Santa Catarina, representa cerca de 50% dos casos — explica Vanessa.

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