Este ano já começa dando sinais de que a boa fase que Santa Catarine viveu na geração de empregos ao longo de 2017 deve continuar. O Estado criou 17,3 mil postos de trabalho formais em janeiro de 2018, o maior nível para o período desde 2014, quando abriu 18,3 mil vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e foram divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho. Com isso, foi o terceiro Estado que mais criou vagas no país, atrás apenas de São Paulo (20.278) e Rio Grande do Sul (17.769). Em todo o Brasil, foram abertas 77,3 mil vagas.

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Como ocorreu no ano passado, este mês foi a indústria de transformação que puxou o saldo positivo ao abrir 8 mil vagas, com destaque para o segmento têxtil e do vestuário, que respondeu por 2,7 mil. Entre as cidades que mais contrataram em janeiro, se destacou Fraiburgo. O município, que tem grande parte da sua economia baseada na produção de maças, demitiu apenas 384 pessoas no período e fechou o mês com saldo positivo de aproximadamente 1,5 mil vagas. Já o pior desempenho ficou com Araranguá, que fechou 333 postos de trabalho.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte, tudo indica, de fato, que este ano será melhor que 2017 na área de geração de empregos. Côrte voltou a pontuar que parte fundamental que contribui para esse crescimento é a confiança do industrial catarinense, que atualmente fica acima da média brasileira.

— Quando falamos de industria de modo geral, dai compreende a extrativa mineral, transformação, serviços e utilidade pública, nós preenchemos 9.787 vagas, o que representa 56% do total dos empregos gerados em SC — analisa.

Depois da indústria, os setores que mais criaram postos de trabalho foram os serviços (4,8 mil) e a agropecuária (4,1 mil). Dos oito setores analisados, apenas o comércio registrou resultado negativo, com fechamento de 1,8 mil, o que pode ser atribuído, em parte, ao fim de contratos temporários de final de ano.

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— Um mês é pouco, vamos ter uma visão mais geral no fechamento do primeiro trimestre, mas é um ótimo indicador. E o comércio demitiu mais por conta do efeito de temporada. Cresceu em novembro e dezembro, mas em janeiro, depois do bum do fim de ano, os contratos por tempo determinado não foram repostos. O comércio deve aguardar a evolução dos próximos meses para ter a sua reação — conclui.

Caged X PNAD Contínua

É importante diferenciar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), levantamento do Ministério do Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, do IBGE. O Caged leva em conta o saldo de empregos e contabiliza apenas saldo de vagas (admissões menos demissões) com carteira assinada. O índice do IBGE analisa o estoque da força de trabalho desocupada, e leva em conta ocupações com ou sem carteira.

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