Desde novembro, a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) enfrenta problemas no fornecimento das doses da BCG vacina contra as formas graves de tuberculose e que deve ser aplicada em todos os recém-nascidos – devido a complicações no repasse pelo Ministério da Saúde. O último lote, com 19 mil doses, chegou ao Estado no dia 21 de maio, porém a Dive garante que são necessárias pelo menos 30 mil doses mensais para suprir a demanda de Santa Catarina.

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Algumas cidades, como Florianópolis, afirmam que as vacinas devem acabar nesta semana e ainda não há previsão de novo repasse. A estimativa é que pelo menos 200 crianças estão sem a vacina na Capital. O Ministério garante que o novo lote será encaminhado ainda nesta semana, porém não sabe informar a quantidade que será enviada.

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Vanessa Vieira da Silva, gerente de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado afirma que a remessa que receberam não é suficiente, até porque há pessoas que ficaram na lista de espera.

– Estamos concentrando a vacinação nas maternidades e postos de saúde mais centrais. Quando possível, é agendada a imunização.

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Vanessa lembra que um frasco é suficiente para vacinar 10 crianças, porém depois de aberto tem duração de seis horas. Ou seja, há desperdício de doses.

Ainda não há previsão de novo repasse e nem da quantidade. Segundo informações da Dive, os novos lotes estão em análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade, aguardando liberação para distribuição aos Estados.

– Essa é uma realidade de todo país, não é só em SC — diz Vanessa.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Florianópolis informou que os estoques da vacina BCG devem acabar ainda nesta semana, mesmo com a priorização de vacinação nas maternidades, diminuindo ao máximo o desperdício de doses.

– Em meados de maio, a Capital recebeu 1250 doses, o que não é suficiente para o mês inteiro. Pelo menos 200 crianças devem estar ser a vacina na Capital. Estas crianças deverão aguardar o regularização do abastecimento de vacinas para serem imunizadas – informou a nota.

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Em caso de falta da vacina, a orientação é que as mães procurem uma das unidades de referência do município para cadastrarem os recém-nascidos. Assim que os estoques foram regularizados pelo Ministério da Saúde o município fará a busca ativa dos pacientes para que seja feita a imunização.

O Ministério de Saúde informou, em nota, que enviou, em maio, 815 mil doses da vacina BCG aos estados brasileiros, sendo 19,1 mil para Santa Catarina. No mês de abril foram enviados aos estados 838.410 mil doses da vacina BCG, o que atende a média mensal. A expectativa é que novo lote seja entregue nesta semana, porém ainda não se sabe a quantidade de doses.

Para garantir a oferta da vacina nas unidades básicas de saúde, o Ministério da Saúde orienta os gestores locais a agendarem a aplicação das vacinas, a fim de otimizar o uso das doses e minimizar perdas.

Os problemas de repasse foram em função do laboratório Fundação Athaulfo de Paiva (FAP), que produz a vacina BCG no Brasil, oferecida ao SUS, teve no mês de dezembro problema com o processo produtivo, com a intermitência no abastecimento da água e a adequação às exigências para a Certificação de Boas Práticas de Produção.

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Vacina BCG

Como é aplicada?

Por via intradérmica (injeção sob a pele) de preferência no braço direito. É necessária somente uma dose da vacina.

Quem deve tomar?

Todas as crianças.

Quando é preciso tomar a vacina?

Após o nascimento, na maternidade, em apenas uma dose.

Quais os benefícios da vacina?

Proteção contra as formas graves da tuberculose, doença contagiosa, produzida por bactéria que atinge principalmente os pulmões e que, se não tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento, fraqueza e até levar à morte.

A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse, espirro ou fala. Os principais sintomas são febre ao final do dia, tosse, fraqueza, cansaço e perda de peso.

Fonte: Ministério da Saúde