Nem curvas acentuadas, muito menos trechos de serra. A BR-280 entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul é quase toda plana e conta com apenas com dois morros: o da Palha, em São Francisco do Sul, e o da WEG, em Guaramirim. Os perigos da rodovia que bateu recorde de mortes no ano passado, com 36 vidas ceifadas em acidentes graves, estão nos trechos em linha reta – onde ocorrem as ultrapassagens – e nas áreas urbanas – onde são comuns os atropelamentos.
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A estrada que liga seis municípios e é o principal acesso a um dos portos mais importantes do Estado – o de São Francisco do Sul – é praticamente a mesma de quando foi construída: pista simples para os veículos e nenhuma acessibilidade aos pedestres. A falta de estrutura colabora para o crescimento da violência no trânsito. Por isso, os policiais rodoviários reforçam a responsabilidade de quem está dirigindo.
Em quase 74 quilômetros de estrada, há pelo menos seis pontos críticos (veja abaixo). Os dois mais perigosos estão entre o acesso pela BR-101 e o trevo do Itinga e entre a BR-101 e Guaramirim. Em ambos ocorre o maior número de colisões frontais. Como são duas retas, os motoristas se arriscam em manobras perigosas.
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– Os motoristas superestimam a habilidade própria e a habilidade dos outros, forçando situações desnecessárias – ressalta o policial rodoviário Fabiano Wening.
A área urbana de Araquari entre o acesso a Barra do Sul, no km 20, e o bairro Porto Grande, no km 29, é outro problema da rodovia. Neste trecho ocorrem os atropelamentos. A cidade cresceu em torno da rodovia e não há alternativa de acesso. Atravessar a BR faz parte da rotina dos moradores.
– Eu tenho uma criança de dez anos, então me preocupo. É muito perigoso, tinha que ter passarela – avalia o comerciante Jacir José Cardoso, de 36 anos, que mora no bairro Itinga e é dono de uma frutaria às margens da rodovia.
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O posto de pesagem do Sinuelo também provoca transtornos por causa do movimento de caminhões. Neste ponto, ocorrem colisões transversais. Os caminhões precisam atravessar a rodovia para entrar e sair do posto e acabam cortando a frente de quem está na preferencial. Muitos motoristas são multados por parar em cima da pista em vez de pegar o acostamento antes de cruzar.
No canal do Linguado também ocorrem acidentes graves. O trecho é perigoso porque não tem área de escape. O acostamento é estreito demais e não comporta um caminhão. A reta do Morro da Palha merece atenção por causa da velocidade em que os veículos trafegam. Porém, a mudança de posição de um radar tem amenizado o problema.
Há outros pontos que são problemáticos por causa do congestionamento. É o caso do trevo do Itinga e o acesso ao Porto de São Francisco do Sul. Os motoristas também reclamam de buracos na pista, principalmente nos trechos urbanos.
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