Ninguém gosta de falar de suas fragilidades. E os políticos não fogem à regra, ainda mais quando estão em campanha. Na disputa pela Prefeitura de Joinville, problemas na gestão, dificuldade na costura de alianças, processos judiciais ou simplesmente falta de experiência política são alguns dos calos dos candidatos.

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PDF: os pontos fracos de cada candidato

Considerando que qualquer coisa pode virar arma na mão do adversário, esse arsenal tem sido lançado na propaganda política nos últimos dias. E cada um encontra a sua maneira de enfrentar – ou não reagir publicamente – às críticas

Alvo dos adversários no período pré-eleitoral e logo no início da campanha, Carlito Merss (PT) conhece seus calos e não tem problema em falar deles. Atribui a alta rejeição de sua administração à dificuldade de divulgar as ações de seu governo.

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– Esse é o principal calo, mas estamos descontruindo essa imagem, tanto que a rejeição caiu -, argumenta.

O candidato do PT admite que as turbulências enfrentadas na gestão também pesam contra a busca pela reeleição.

Cita, entre os problemas, as enchentes dos primeiros dias de governo e a morte da estudante Kelly Kruger no CEI Espinheiros – a estrutura do balanço do parquinho caiu sobre a menina – em 3 de março de 2009. É do governo dele uma das maiores greves dos servidores municipais: foram 40 dias de acampamento no gramado da Prefeitura de Joinville em 2011.

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– É óbvio que hoje estou pagando o preço de ter implantado um governo diferente e que ouve as pessoas -, diz.

Recentemente, o petista teve o registro da candidatura cassado pela Justiça Eleitoral de Joinville, que argumentou excesso de gastos em propaganda. Na quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral julgou o caso e manteve a cassação da candidatura de Carlito.

Concorrendo pela terceira vez à Prefeitura de Joinville, Kennedy Nunes (PSD) também reconhece suas dificuldades e admite que tem problemas para convencer o eleitor de que suas propostas de governo são executáveis. Os adversários o acusam – indiretamente – de fazer demagogia ao defender a redução de preços de tarifas.

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– Se dizer que baixar a passagem é demagogia, eu sou demagogo. Eu prefiro ser chamado de demagogo do que de ladrão, racista ou incompetente -, fala.

Do outro lado, não considera a falta de experiência política um problema e atribui a crítica ao fato de ser jovem, com 42 anos. Apesar da dificuldade para costurar alianças, garante que se eleito vai buscar o apoio dos adversários.

Em situação um pouco mais confortável está Leonel Camasão, que também não tem experiência em gestão, mas é pouco visado pelos adversários. O candidato do PSOL não vê a idade como empecilho e ressalta que adquiriu traquejo político ao atuar “do outro lado do balcão” – lembra da fiscalização da administração pública como jornalista. Admite, de outro lado, a falta de estrutura partidária do PSOL.

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– Se nós tivéssemos 38 candidatos (a vereador) fazendo campanha, nós teríamos mais chances.

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