Abram alas, ele quer passar. Quando José Alfredo, o popular Comendador vivido por Alexandre Nero em Império, novela das 21h da Rede Globo, entra em cena, é impossível não parar e prestar atenção. Mas afinal, de onde surge tanta atração pelo personagem?

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Para o doutor em teledramaturgia Mauro Alencar, além do charme grisalho, do irresistível sotaque pernambucano e da personalidade ao mesmo tempo raivosa e cômica, os bordões de Zé Alfredo ajudam na identificação com o telespectador:

– O bordão reforça a sua expressão. Tal fator contribui para a assimilação constante dos gestos e emoções emanadas. Desse modo estabelece-se perfeitamente a sintonia entre ficção e realidade.

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Os segredos do sucesso de José Alfredo

Em entrevista ao jornal Extra, Aguinaldo Silva revelou que muitas das manias da criatura foram inspiradas no próprio criador. Sim, o Comendador é um pouco de Aguinaldo. A fixação por cama arrumada, a paixão por joias e a preferência pelo preto nas roupas são algumas das características herdadas. O autor resolveu ainda somar ao “vocabulário pernambucano” de Zé expressões em inglês, na tentativa intencionalmente frustrada de fazer dele um homem mais chique.

Em seu blog, explicou a um leitor que, por ser a língua oficial do comércio internacional de pedras preciosas, Zé Alfredo teve de aprendê-la – mesmo que de maneira capenga – para poder se movimentar nos meandros do negócio legal e também do contrabando.

“As palavras em inglês que ele usa são uma prova do quanto é exibicionista e pernóstico. Porque ele é exibicionista sim, com aquela mania de só se vestir de preto, e pernóstico, porque se acha o máximo e é metido pra caramba. Ou seja: é um personagem maior do que a vida”, escreveu.

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As pérolas

“My sweet child”: forma como se refere a sua jovem amante.

“Get out”: expressão que sempre vem seguida de um “cai fora”, para ficar autoexplicativo. É muito usada pelo personagem quando quer expulsar alguém da sua frente.

“Snake”: é como cobra que Zé Alfredo se refere à personagem Cora (Drica Moraes).

“It?s my cock”: soltou para o mordomo Silviano quando este o repreendeu por preparar o próprio café da manhã. O empregado chegou a questionar se ele não queria ter falado “it?s my cook” (é o que cozinhei). Mas Zé Alfredo deixou claro que a intenção era mesmo dizer uma baixaria.

“What a hell”: usada quando ele não está entendendo a situação.

“Fuck”: a grosseria é dita esporadicamente, quando Zé está muito, mas muito nervoso.