Ele já disse que não se considera galã, porém admite que o assédio nunca foi tão forte. Recebeu elogios de monstros da TV brasileira, mas não deixou o ego sobressair. Divide o horário nobre com atores talentosos e ainda assim consegue ser o atual favorito dos noveleiros de plantão. Vamos combinar: aos 44 anos, com seis novelas no currículo e vivendo o primeiro protagonista da carreira em Império, novela das 21h da Rede Globo, Alexandre Nero não pode negar que as coisas vão muito bem, obrigado. Mas afinal, o que é que Zé Alfredo tem?
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– Tanto sucesso vem da sintonia entre texto, ator e diretor, mais especificamente da construção a partir da criação do autor Aguinaldo Silva. Ele encontrou um intérprete perfeito para o personagem – explica Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana, integrante da Academia Internacional de Artes e Ciências da TV de Nova York (Emmy) e consultor da Rede Globo.
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Larissa Schlögl, professora de Produção Eletrônica e Redação Audiovisual da Universidade Regional de Blumenau (Furb), ressalta o carisma de Nero e o senso de identificação provocado nos telespectadores.
– Ele traz características do cotidiano, de uma pessoa simples. Todo mundo consegue se colocar no lugar dele. O Zé Alfredo abraçou uma oportunidade ilegal, mas conseguiu manter o lado humano. O cara escolheu o caminho dele. É algo do tipo “eu também faria isso” – comenta.
E será que o personagem tem potencial para ser o ápice da carreira do ator? Doutor em Ciências da Telecomunicação e Teledramaturgia pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Claudino Mayer não tem certeza. Para ele, grande parte do sucesso tem a ver com o novato Chay Suede, que viveu o papel na primeira fase da trama:
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– Todo mundo adorou o Chay. O resquício de popularidade torna Nero simpático para o público, mas o vejo contido. Ele ainda não se tornou o protagonista que poderia ser.
Alencar discorda e reforça que a carreira em ascensão tem tudo para despontar de vez:
– Ainda mais porque ele foi construindo uma sólida pirâmide de personagens marcantes.
Outras novelas de Alexandre Nero:
A Favorita (2008): Vanderlei Peive
Paraíso (2009): Terêncio
Escrito nas Estrelas (2010): Gilmar Almeida
Fina Estampa (2011): Baltazar Fonseca (Zoiúdo)
Salve Jorge (2012): Stênio Alencar
Além do Horizonte (2013): Armando Carvalho (Hermes)
Na boca das estrelas
Confira o que os companheiros de cena têm a dizer sobre Alexandre Nero:
“Em momento algum ele tomou uma decisão para o personagem sem me consultar. Cada passo foi pensado em conjunto.”
Chay Suede
“Ele é muito generoso e baita ator. É muito legal a troca que a gente está tendo.”
Marina Ruy Barbosa
“É um prazer muito especial estar de novo com o Nero e estar interpretando este texto neste papel tão lindo.”
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Lilia Cabral