A sensação de queimação e ardência ao ter contato com água-viva é provocada por envenenamento da pele, pois elas têm tentáculos com pequenas estruturas, repletas de toxinas que são injetadas na vítima. Nestes casos, o mais importante é o alívio da dor, que pode ter como aliado o gelo, explica o dermatologista André Luiz Rossetto. Mas sem o contato com água doce, que auxilia na liberação das toxinas, por isso os cubos devem ser envoltos em um saco plástico.
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Outra dica importante é procurar o posto guarda-vidas mais próximo, onde eles aplicarão vinagre, que inibe a proliferação das toxinas. Em casos mais sérios, quando houver tontura, mal-estar, vômitos ou lesão em área muito grande, a orientação é procurar um posto de saúde.
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Como são
São gelatinosas e incolores, com aspecto de guarda-chuva ou prato, podem possuir tentáculos urticantes. Nadam na água, geralmente em grupo. A maioria é pequena e inofensiva, quando não possuem tentáculos.
Tipos mais comuns
Em Santa Catarina há vários tipos de águas-vivas, mas as que oferecem perigos de envenenamento no sul do estado são as Olindias sambaquiensis(conhecidas como reloginho) e no norte, as Chrysaora lactea. Essas duas causam reações locais com dor e vermelhidão, mas que passam logo e normalmente não necessitam de cuidados médicos. A caravela portuguesa (Physalia physalis), que não tem registro no Brasil, deixa marcas em linhas no corpo dos banhistas e causa efeitos como náuseas, vômitos e arritmias, que necessitam de cuidados médicos.
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Como evitar
A maneira mais eficaz é monitorar as áreas de banho e, ao perceber a presença de águas-vivas no mar, se afastar. As crianças devem ter atenção especial, pois algumas acabam se aproximando em razão da forma e movimento das águas-vivas no mar.
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No Mediterrâneo alguns países utilizam redes e conseguem cercar determinadas áreas, mas na nossa costa, devido a uma maior movimentação de ondas e correntes, essa técnica seria impossível. Em alguns países, também vende-se um protetor solar que evita o envenenamento, porém no Brasil ainda não está disponível.
O que fazer após a queimadura
Aplicar vinagre é uma das soluções, já que neutraliza as células com veneno presentes nos tentáculos e, além disso, pode ajudar contra a dor. Os guarda-vidas têm vinagre à disposição da população.
Caso a praia não disponha de guarda-vidas, a orientação é lavar o local com água salgada de forma abundante. Ao chegar em casa cobrir a área afetada com um tecido limpo de algodão e despejar vinagre sobre o tecido para que a ação do vinagre seja mais eficaz.
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O contato com algo gelado também alivia a dor. O gelo é recomendável, mas deve estar envolto em um saco plástico, pois a água doce ajuda a liberar mais toxinas.
Caso o ferimento continue doendo algum tempo depois, o uso de creme com cânfora ou outro refrescante ajuda.
Se formar bolhas, o que é raro, podem ser usados medicamentos e pomadas específicos.
Em casos de náuseas, febre, vômito ou mal-estar, procure o posto de saúde
O que não fazer
Esfregar a área atingida, pois intensifica o envenenamento
Passar areia, protetor solar, refrigerante ou outras substâncias
Raspar a área
Lavar com água doce logo após o contato. A água doce ajuda na liberação de mais toxinas
Esqueça o xixi
Há a lenda que molhar com urina o local atingido pode aliviar a dor, porém não há estudos que comprovem isso e especialistas não recomendam a prática
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Na areia
Quando os animais estão na areia geralmente eles perdem a capacidade de envenenar, porém depende do tempo que estão ali. Ainda assim o indicado é não mexer pu pegá-los.
Fontes: Major bombeiro militar Hilton de Souza Zeferino; dermatologista André Luiz Rossetto; Sociedade Brasileira de Dermatologia e pesquisador Charrid Resgalla Júnior