O primeiro ciclo do Plano Estadual de Intensificação das Ações de Mobilização e Combate ao Mosquito Aedes aegypti começou oficialmente nesta segunda-feira, com prazo até 12 de fevereiro. O foco das ações, que devem ser realizadas durante todo o primeiro semestre, é reduzir os índices de infestação do mosquito em 28 cidades catarinenses. Os municípios tinham até sexta-feira para montar salas de situação, mas até segunda-feira a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) não repassou o número de salas instaladas – muitos municípios deixaram para a última hora.

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Já a população deve seguir com os cuidados redobrados de combate ao mosquito, que transmite dengue, zika vírus e febre de chikungunya, inclusive abrindo as portas de casa para a visita dos agentes. Na sexta-feira, a Dive-SC fez uma webconferência com agentes comunitários de saúde para auxiliar no combate ao mosquito, orientando a população. Em Florianópolis, os agentes de saúde já passaram por treinamento interno no ano passado, ressalta Priscila dos Santos, gerente de Vigilância Ambiental de Florianópolis:

Vistorias em imóveis para combate à dengue devem ser intensificadas em Santa Catarina

— Essas equipes já vêm trabalhando com o fluxo de encaminhamento para a equipe do programa de combate à dengue. O objetivo agora é intensificar esse fluxo de informações e reforçar esse olhar do agente.

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Santa Catarina registrou 3.605 casos de dengue, 8 de zika vírus e 3 de febre chikungunya em 2015

A gerente acrescenta que, apesar de não ser tão comum, ainda existe resistência por parte da população em receber os agentes de endemia. Priscila lembra que é necessário que os agentes visitem todas as casas em uma raio de 300 metros do foco de transmissão do mosquito, além das áreas consideradas infestadas, que em Florianópolis estão localizadas principalmente no continente. Por isso, o auxílio da população é fundamental. Além de evitar os criadouros e acabar com possíveis focos, a comunidade deve receber esses profissionais e deixar que vistoriem.

João Fuck, coordenador do Programa Estadual de Combate à Dengue, reforça que a orientação é que todos os agentes estejam com alguma identificação para facilitar o trabalho e evitar golpes, como os roubos a residências relatados em outros Estados no ano passado. A bióloga Ângela Barreira Orling, supervisora de uma equipe de agentes de endemia em Florianópolis, garante que a maioria das pessoas atende e aceita as orientações. Como por exemplo, a auxiliar administrativa Mariângela Gonçalves. Moradora do bairro Estreito, ela recebeu a supervisora de campo ontem e mostrou como já havia eliminado os pratos das plantas, porém acatou as sugestões em relação aos ralos descobertos:

— É bom receber, porque pode passar algo despercebido — relata.

FIQUE POR DENTRO

É importante que a população auxilie e receba os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias, fornecendo as informações solicitadas. Mas fique atento à identificação e em caso de dúvidas, ligue para a ouvidoria do município.

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AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

Estima-se que sejam necessários 656 agentes em todo o Estado para cumprir a meta de fiscalizar 400 mil imóveis

Por que receber?

O profissional, além de repassar as demandas da comunidade às equipes dos centros de saúde, a partir de agora será mais um aliado no combate ao mosquito Aedes aegypti, fazendo uma verificação inicial de possíveis focos e informando aos agentes de endemia, que irão realizar visitas posteriores

Como identificar

Em Florianópolis, usam crachá e colete.

O que devo responder

Perguntas sobre número de pessoas na casa, se há alguém com determinados tipos de doença (como diabetes, hipertensão). O agente também está apto a dar orientações básicas de saúde (como funciona o processo da unidade de saúde, importância de hábitos básicos de higiene). A partir de agora, nos 28 municípios: agente vai entregar material informativo sobre o mosquito e pode verificar pátios e interior da casa para ver possíveis focos de água parada. Pode pedir para ver vasos de plantas, bandeja atrás da geladeira, ralos entre outros. Também pode recolher pequenos recipientes que podem servir de criadouro ao mosquito

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Não está apto

A fazer diagnóstico ou tratamentos de qualquer tipo de doença. Também não analisa larvas do mosquito ou aplica larvicida

Agendar visita

Os agentes devem cobrir todas as residências do município. Quando a casa está vazia, os agentes costumam deixar um bilhete avisando. A pessoa pode solicitar uma visita em Florianópolis. Basta solicitar ao centro de saúde de seu bairro. Confira qual o mais próximo no site

AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS

Por que receber?

O profissional é fundamental nas estratégias de combate ao mosquito, pois orienta a população, faz coleta de material e identifica onde estão os focos de transmissão

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Como identificar

Em Florianópolis e Itajaí, usam crachá de identificação e colete. Nas demais cidades, geralmente utilizam alguma identificação. Em caso de dúvida, peça para falar com o supervisor de campo, que deve acompanhar a equipe.

Como proceder

O agente vai verificar itens no pátio e, se necessário, dentro de casa, como potes de planta, ralos, caixas d’água, geladeira. Em locais de difícil acesso, o Corpo de Bombeiros será acionado. Agente pode coletar larvas para análise futura e aplicar larvicida em possíveis focos que não podem ser descartados. Antes realizavam vistorias apenas em prédios de até três andares, porém agora devem fiscalizar todos os imóveis das áreas infestadas.

Agendar visita

Em Florianópolis ainda não é possível agendar a visita, porém o coordenador do programa de combate à dengue na cidade, Carlos Gonçalves Gil, afirma que a expectativa é em breve fornecer um telefone e e-mail para agendamento. Atualmente, quando não há ninguém no imóvel, a orientação é retornar, de preferência aos sábados.

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Punição

O agente pode orientar o descarte de algum possível foco do mosquito e depois retorna para verificar. Caso não tenha sido acatado, aciona a fiscalização da vigilância de saúde. Caso a solicitação ainda não seja atendida, a multa pode variar entre R$ 125 e R$ 500 mil em Florianópolis. Atualmente não há punição para quem se recusa a receber um agente de endemia, porém um projeto de lei do deputado Gean Loureiro (PMDB), em tramitação na Assembleia Legislativa, dispõe sobre o ingresso forçado em imóveis particulares quando há recusa ou ausência de pessoas para autorizar a entrada, além de aplicação de multa.