Desde 1º de janeiro, a Prefeitura de Joinville assumiu os serviços que eram oferecidos pela extinta Associação de Reabilitação da Criança Deficiente (ARCD). A instituição fechou as portas no último dia de dezembro após o contrato com o município terminar e a entidade ficar sem fonte de recursos para manter a atividade. Coube ao município criar o Serviço Especializado em Reabilitação (SER) para assumir a demanda de pacientes com deficiência física. O atendimento continua na mesma sede da antiga ARCD, no bairro Adhemar Garcia, na zona Sul da cidade.

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Como o serviço está em um momento de reestruturação, o número de atendimentos caiu se comparado com o que era realizado em 2016, quando a ARCD ainda operava com a equipe de profissionais completa. Em fevereiro deste ano, foram realizados 511 atendimentos, enquanto no ano retrasado foram feitos cerca de três mil por mês. Esse número já começou a cair ao longo do ano passado porque os especialistas foram sendo demitidos já que a instituição seria fechada. A previsão do município é de que os atendimentos cresçam nos próximos meses.

— Ficamos um ano sem colocar novos pacientes para dentro do serviço — conta Cleide Hoffmann Bernardes, coordenadora do SER.

Segundo ela, foram mantidos todos os atendimentos que antes eram realizados pela ARCD, assim como os mesmos procedimentos na parte clínica. Também houve a procura de novos pacientes com deficiência física em busca de tratamento no SER neste início de ano. Até o fim deste mês, deve ser definida a regulação de como os pacientes da rede poderão acessar o serviço, já que agora ele está ligado à rede de saúde do SUS. Anteriormente, os interessados no tratamento procuravam diretamente a ARCD.

Também houve mudança no quadro de funcionários do serviço, que hoje conta com 15 especialistas e dois profissionais para o trabalho administrativo. São gastos, em média, R$ 143 mil por mês para manter a operação do SER. Em 2016, eram 25 especialistas atuando na instituição, com um repasse de R$ 180 mil mensais da Prefeitura para a ARCD.

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Segundo a gerente dos serviços especiais da Secretaria de Saúde, Chana Beninca, o objetivo é aumentar o número de profissionais ao longo do tempo. Neste momento há interesse na contratação de um neurologista para compor a equipe. Enquanto isso, ela explica que há uma reorganização dos processos para possibilitar o atendimento de toda a demanda.

— Quando você agenda um tratamento para um paciente de 50 sessões ele se torna cansativo. Então, muitas vezes, ele falta ou interrompe o tratamento. A orientação agora é que sejam feitas no máximo dez sessões para que o paciente seja reavaliado — exemplifica.

Para as famílias, o serviço de reabilitação é importante para o desenvolvimento dos pacientes, que passam a ter novas perspectivas de vida. Juraci Ferreira leva o filho Isac, de três anos, uma vez por semana até o SER para fazer terapia ocupacional, fisioterapia solo e aquática, além de consultar com a fonoaudióloga. O pequeno frequenta o espaço desde os cinco meses de idade. Desde então, ela já notou um avanço muito grande no filho.

— Ele melhorou muito porque antes nem abria a mãozinha e agora já se estica, quer pegar as coisas. O atendimento aqui é muito bom, de qualidade e não sei o que seria dele se não tivesse essa porta para a gente — conta.

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Além do tratamento aos pacientes, o novo Serviço Especializado em Reabilitação também tem uma novidade. O espaço, anteriormente ocupado pela ARCD, agora também é base para o Programa de Órteses e Próteses. Os funcionários do SER estão realizando um mutirão até abril, durante três dias por semana, para zerar a fila de paciente em espera. Eles são chamados para consulta, fazem todos os procedimentos necessários e o material já é solicitado em seguida.