Não foi só a investigação criminal em torno de Marcos Queiroz que avançou com a prisão dele pela Polícia Civil na última terça. Agora que seu paradeiro é conhecido, pelo menos 26 processos ajuizados em varas cíveis de Joinville desde o dia 1º de agosto poderão ter desdobramentos com a citação do acusado.

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Todas as intimações que haviam sido direcionadas aos endereços conhecidos dele foram frustradas. São ações de medida cautelar, rescisão de contrato e até sequestro de bens movidas por pessoas que pagaram entradas pelos apartamentos do Grupo Marcos Queiroz e, assim, tentam minimizar os prejuízos.

Mesmo no período em que ele estava desaparecido, decisões judiciais determinaram o bloqueio de bens e de valores em contas bancárias de Marcos Queiroz. Mas as medidas não garantem que as pessoas lesadas sejam ressarcidas. Isto porque seria necessário haver saldo suficiente nas contas e bens de valores em nome do acusado.

A Defensoria Pública Estadual recebeu queixas de cerca de cem clientes do grupo e se prepara para ajuizar uma ação coletiva contra o empresário. Detalhes da ação ainda são tratados com as vítimas.

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Entenda o caso

1º de agosto

O empresário não aparece em uma reunião com corretores de imóveis para renegociar salários atrasados. Funcionários são demitidos por mensagens de celular e o empresário não é mais visto ou encontrado.

2 de agosto

Lojas de material de construção são saqueadas após desaparecimento. As mercadorias foram levadas por pessoas que compraram os materiais para construir imóveis e teriam sido lesadas.

3 de agosto

Funcionários e clientes procuram a Justiça e a polícia, informando que o empresário teria abandonado os negócios, deixando salários e dívidas a pagar.

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5 de agosto

Polícia informa que o empresário que teria aplicado golpe em Joinville também tinha negócios no Nordeste.

8 de agosto

Reportagem de “AN” mostrou que o Grupo Marcos Queiroz tinha seis empreendimentos com 319 unidades negociadas. Pelo menos 268 pessoas teriam comprado imóveis do empresário.

13 de agosto

Clientes anunciam que pretendem se unir em associação para dar continuidade à construção dos seis condomínios e para acompanhar os processos movidos na Justiça.

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20 de agosto

Queiroz é preso em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A prisão dele foi decretada horas antes de ele ser preso.

21 de agosto

Polícias catarinenses apresentam o empresário na delegacia de SP. No mesmo dia, ele é encaminhado de volta a Joinville.