O que era para ser o primeiro depoimento formal do empresário Marcos Antônio de Queiroz, no começo da tarde de quinta-feira, em Joinville, se transformou em mais de seis horas de interrogatório, na presença dos delegados da Polícia Civil envolvidos na investigação que garantiu a prisão dele e de dois advogados que vieram de São Paulo e devem fazer parte da defesa.
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O contato dos delegados com o empresário foi cercado de mistério e estratégias para despistar que os clientes que se dizem prejudicados por ele pudessem fazer qualquer tipo de protesto. Pela manhã, o delegado Zulmar Valverde chegou a dizer que tomaria o depoimento fora de Joinvile. No começo da tarde, anunciou que seria no presídio, onde Queiroz está preso desde a quarta-feira à noite.
Os delegados acreditavam em uma conversa rápida e anunciaram uma entrevista coletiva para o meio da tarde. Mas foi a postura de Queiroz e dos advogados que mudou mais uma vez a estratégia. De uma das salas da administração do presídio, onde os policiais ouviam Queiroz, Zulmar disse que a polícia aproveitaria para aprofundar o depoimento. Até a noite de quinta-feira, a polícia não revelou o conteúdo do interrogatório.
Queiroz foi preso em Indaiatuba (SP) na última terça-feira acusado de múltiplos estelionatos em Joinville. Segundo a Polícia Civil, o número de pessoas prejudicadas pode chegar a mil. Pelo menos três inquéritos policiais já foram abertos em Joinville. Ele é acusado de dar um golpe contra centenas de pessoas que compraram apartamentos de seis empreendimentos na planta. Estava desaparecido desde o dia 1º de agosto.
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Embora seja sócia de Marcos Queiroz na empresa criada em Joinville, a mulher dele não é considerada foragida pela Justiça. O mandado de prisão preventiva assinado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Joinville, César Otávio Scirea Tesseroli, ainda na terça-feira, diz respeito apenas ao empresário. Ele deve continuar preso em Joinville por pelo menos 30 dias ou até que a decisão seja revista pelo Tribunal de Justiça.
– Ele colaborou, respondendo a todas as perguntas – disse o delegado Adriano Boni, logo após do depoimento. Segundo ele, os delegados envolvidos no caso devem se reunir nesta sexta para definir quais informações poderão ser repassadas para a população, já que o processo está em segredo de Justiça.
As vítimas
A corretora Susi Ribeiro, ex-funcionária de Queiroz e que está ajudando a organizar a associação de clientes, disse quinta-feira que o grupo vai ficar à disposição da polícia. Por enquanto, segundo ela, não há qualquer manifestação pública dos associados. Sábado, às 14 horas, os compradores dos empreendimentos Bossa Nova e D?Provési devem se reunir no bairro Aventureiro.
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